O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), anunciou investimento em planos de adaptação climática no Estado durante o segundo dia de participação na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima (COP 30), em Belém (PA), nesta terça-feira (11).
Dentre as medidas anunciadas pelo governador está a criação do “Programa Cidades ResilientES”, que prevê a elaboração dos Planos Municipais de Adaptação e Redução de Riscos para todas as 78 cidades do Estado.
De acordo com Casagrande, a medida pretende integrar os planos de redução de risco em todos os municípios capixabas, o que promoverá uma gestão de riscos e planejamento urbano mais eficientes.
“Essa é uma iniciativa inovadora, pois integrará, de forma inédita, os planos de redução de risco e os planos de adaptação climática, promovendo uma gestão de riscos e um planejamento urbano mais eficiente. Seremos o primeiro Estado do Brasil com 100% dos municípios com planos de adaptação”, disse.
A Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) será contratada para elaborar os 78 planos. De acordo com o governo do Estado, essa é a primeira iniciativa do tipo a ser realizada na América Latina, com financiamento totalmente governamental.

Consulta pública
Além disso, o Plano Estadual de Adaptação às Mudanças Climáticas (PEAMC) passa a ficar aberto para consulta pública. O plano traz ações e políticas públicas voltados ao enfrentamento dos impactos climáticos no Estado.
O PEAMC é um documento elaborado pela Ufes e pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Seama), com participação de outras secretarias.
“O plano apresenta um diagnóstico detalhado dos riscos e vulnerabilidades climáticas, além de 26 ações estratégicas e 178 medidas específicas para fortalecer a resiliência do Estado”, afirmou Casagrande.
Agendas na COP 30
Além dos anúncios, Casagrande também participou da mesa-redonda sobre habitação e transformação de assentamentos informais, que foi organizada pelo Ministério das Cidades e contou com parceria da ONU-Habitat.
De acordo com ele, as políticas de habitação são fundamentais no combate de desigualdades.
“Compartilhamos como as políticas de habitação podem ser catalisadoras para a redução de desigualdades e o fortalecimento da resiliência urbana”, afirmou.
Além disso, Casagrande também esteve no evento “Turning Collaboration into Local Action for Just Resilience and Nature”, promovido pelas Fundações Regionais Climáticas, destacando a importância da cooperação federativa e do financiamento climático para ações locais de adaptação.
Casagrande participou ainda uma apresentação do Consórcio Brasil Verde, do qual é presidente, com foco em mecanismos de financiamento e fundos climáticos.
“Reforçamos o papel fundamental dos governos subnacionais na implementação de políticas climáticas ambiciosas e alinhadas aos acordos internacionais”, disse.