A COP 30, que será realizada em novembro, em Belém (PA), vai colocar o Brasil no epicentro das discussões globais sobre sustentabilidade. O país, que é uma nação estratégica quando o assunto são as mudanças climáticas, passa a ocupar ainda mais protagonismo. Dentre as inúmeras questões que envolvem o debate, a construção civil também é um dos focos importantes da discussão, no que diz respeito à matriz construtiva e a necessidade urgente de rever os processos e modelos do setor. Afinal, a construção civil ainda é uma das maiores responsáveis pelas emissões de carbono no mundo.
Diante do desafio, posto antes mesmo dos holofotes se voltarem ao país em função de sediar a COP30, o Brasil tem registrado avanços significativos na redução de geração de resíduos poluentes. Segundo dados recentes do U.S. Green Building Council (USGBC), o país avançou 5% nas certificações de edifícios sustentáveis. São cerca de 2,4 mil construções com o selo LEED. Com isso, o Brasil hoje ocupa a 9ª posição do ranking global, com mais de 2 milhões de metros quadrados certificados, e, na América Latina, é o 2º melhor avaliado, atrás apenas do México.
Desafios
Este é apenas um dos desafios enfrentados pela cadeia produtiva da construção civil no país. Além dele, a alta da taxa de juros, a reforma tributária e a dificuldade de acesso ao crédito podem impactar o ritmo de crescimento em 2025.
Para Alexandre Brown, diretor do portfólio de construção da NürnbergMesse Brasil, esses obstáculos tornam ainda mais urgente apostar na inovação, na capacitação de profissionais e em práticas sustentáveis. “O interesse do país no tema é tão grande que, atendendo à uma demanda do mercado, vamos lançar este ano uma feira voltada à construção sustentável”, revela.
Ele se refere à Construlev Expo, organizada pela NürnbergMesse Brasil em parceria com a Associação Brasileira de Construção Leve e Sustentável (ABCLS). O evento, exatamente em novembro, casa com a COP30 com o objetivo de reunir ideias, tecnologias e soluções que, na opinião de Alexandre, “vão moldar o futuro da construção no país. O evento será uma vitrine global, uma chance de mostrarmos que o Brasil está pronto para liderar uma verdadeira transformação verde na construção civil”, afirma.
Construção leve
A construção leve, que engloba sistemas como o drywall, steel frame, wood frame e construção modular, oferece inúmeras vantagens em termos de eficiência energética, redução de resíduos e menor impacto ambiental. Em mercados como Europa, Ásia e América do Norte, esse modelo já é realidade. Por aqui, ele começa a ganhar cada vez mais espaço, impulsionado por leis ambientais mais rígidas e, principalmente, por consumidores que estão mais atentos e exigentes em relação à sustentabilidade. E, com a COP30 chegando, esse movimento só tende a acelerar.