Durante a COP 30, realizada em Belém (PA), os Correios lançaram uma coleção especial de selos postais em homenagem ao Instituto Terra, a Sebastião Salgado e Lélia Wanick Salgado — símbolos mundiais da regeneração ambiental.
As fotografias que ilustram os selos são do fotógrafo capixaba Leonardo Merçon, fundador do Instituto Últimos Refúgios e um dos principais nomes da fotografia de natureza no Espírito Santo.
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Para Leonardo, ver suas imagens representando o trabalho de recuperação da Mata Atlântica conduzido pelo casal é motivo de emoção e reconhecimento.
“A utilização dos registros que nasceram da minha lente, para ações importantes, é algo que me emociona profundamente. Uma honra e a sensação de fazer parte, ainda que de forma pequena e simbólica, de um capítulo tão bonito da conservação brasileira”, declarou.
O fotógrafo mantém uma relação antiga com o Instituto Terra, que conheceu em 2010, quando foi convidado por Lélia Wanick e pelo próprio Sebastião Salgado para registrar a floresta em regeneração.
“Desde a primeira vez que pisei naquela floresta, já sabia que havia algo especial ali. Fui a convite da Lélia Wanick e do próprio Sebastião Salgado, meu ídolo e uma das grandes inspirações para seguir esse caminho”, relembrou.
Na época, o Instituto Terra — criado em 1998 em Aimorés, na divisa entre Minas Gerais e Espírito Santo — ainda dava seus primeiros sinais de recuperação. Ao longo dos anos, Leonardo acompanhou o avanço da floresta, o retorno da fauna e a força das ações de reflorestamento.
Entre suas imagens estão registros de jaguatiricas, iraras, pacas e centenas de espécies de aves que voltaram a habitar a área.
Em 2019, ele retornou ao local a convite da BBC de Londres, para o documentário Green Planet (Planeta Verde), e constatou a presença de espécies de topo de cadeia, como o lobo-guará, o bugio e a onça-parda — indicadores do sucesso da recuperação ambiental.
A cerimônia de lançamento dos selos contou com a presença de Juliano Salgado, filho de Sebastião e Lélia, que hoje conduz os trabalhos do Instituto Terra. “É inspirador ver como esse legado segue vivo, um lembrete de que a conservação é feita de continuidade”, afirmou Leonardo.
Mesmo sem estar fisicamente na COP 30, o fotógrafo diz sentir-se representado pelas imagens expostas. “Sinto que uma parte de mim está lá. Representada nessas imagens que contam a história de um Brasil que resiste, que regenera, que acredita.”
A homenagem une arte, ciência e emoção — e reafirma o papel do Instituto Terra como referência mundial em restauração ambiental e educação ecológica.
Editora de Distribuição de Conteúdo
Formada em Jornalismo pela Faesa, atua como editora de distribuição de conteúdo e é responsável pelas redes sociais do Folha Vitória, conectando informação de qualidade ao público por meio das plataformas digitais. Apaixonada pela natureza, também se dedica à conservação da fauna brasileira e acredita no poder da comunicação para transformar realidades.
