COP-30 em Belém é a primeira edição da conferência na Amazônia; Lula foi o primeiro chefe de Estado a discursar
Cúpula de líderes, evento pré-COP 30. Foto: Wilton Junior/Estadão

O governo da Noruega anunciou nesta quinta-feira (6) investimento de US$ 3 bilhões (R$ 16 bilhões) no Fundo Florestas Tropicais Para Sempre (TFFF), iniciativa para preservação dos biomas proposta pela gestão Luiz Inácio Lula da Silva.

A informação foi divulgada no lançamento da iniciativa brasileira para remunerar a preservação florestal, uma das principais apostas do governo federal para a Conferência do Clima das Nações Unidas (COP 30) em Belém.

A Indonésia confirmou o aporte prometido de US$ 1 bilhão, mesmo valor que o Brasil havia colocado inicialmente. Portugal fez uma doação pequena, de €1 milhão (cerca de R$ 6,2 milhões).

O Reino Unido, por outro lado, decidiu não aderir à proposta e há expectativas sobre uma doação por parte da Alemanha.

O valor investido pela Noruega será investido ao longo de 10 anos, com condicionantes, como o fundo estar capitalizado e ajustes no modelo financeiro. O premiê norueguês Jonas Gahr Støre ficou em posição de destaque, como maior promessa de investimento, durante almoço com Lula e demais líderes. Ele disse que a nação europeia destinará até US$ 3 bilhões em empréstimos, ao longo de dez anos, para o novo mecanismo.

“A interrupção do desmatamento é essencial para reduzir impactos das mudanças climáticas e conter a perda de biodiversidade. Não temos tempo a perder se quisermos salvar as florestas tropicais do mundo”, afirmou o primeiro-ministro.

Em discurso na Cúpula dos Líderes, o príncipe britânico William, disse apoiar a preservação das florestas e a demarcação de terras indígenas, mas avisou que não haveria dinheiro britânico para a proposta em um primeiro momento.

“Esta é uma inovação muito importante no financiamento florestal e estamos confiantes de que ela pode funcionar. No momento o crescimento interno e a elevação do padrão de vida são o foco principal deste governo”, informa o Reino Unido, que prometeu mobilizar o setor financeiro privado para contribuições.

Há expectativa sobre a Alemanha. O governo alemão anunciou em Berlim, no Parlamento local, que vai participar do fundo, mas sem citar valores.

“Vamos participar do Fundo TFFF do presidente brasileiro, porque especialmente a floresta tropical precisa ser protegida como o pulmão do nosso planeta, e todos os conceitos para mobilizar capital privado também serão implementados e utilizados por nós”, disse o ministro do Meio Ambiente, Carsten Schneider.