A matéria de hoje é sobre meu mais recente projeto.
Produzir um livro é sempre uma jornada emocionante, mas o lançamento de “Baía das Tartarugas: Riqueza marinha na capital do Espírito Santo”, que ocorrerá no dia 8 de novembro, é algo mais profundo para mim.
Não é apenas mais uma obra para minha coleção; é um presente para minha terra, para Vitória, a cidade que considero um verdadeiro epicentro de biodiversidade.
É um livro sobre um local com o qual estou profunda e emocionalmente conectado. A materialização do fascínio que aquele garotinho de 5 anos de idade tinha, quando meu falecido pai, mostrava as belezas da praia no quintal de casa.
Na época, não tinha noção do valor do litoral da capital capixaba. Mas hoje sei… preciso compartilhar com vocês.
Por isso, quero te convidar a mergulhar comigo nessa história e, claro, participar do lançamento. Venha celebrar com a gente!
Conexão
Minha conexão com a natureza e com Vitória transcende o simples ato de fotografar. Muitos me perguntam por que, como fotógrafo de natureza, escolho permanecer aqui, sendo que tantas oportunidades estão espalhadas pelo mundo.
A resposta é simples: o Espírito Santo é um dos lugares mais ricos em biodiversidade do mundo.
E este livro é uma das minhas formas de retribuir tudo que essa terra me deu. Uma prova de que nossa cidade tem a natureza como sua vocação mais forte.
As aventuras por trás de cada imagem
O livro foi fruto de anos de dedicação, desde 2013. A região da Baía do Espírito Santo, que vai do início do porto até o pé da terceira ponte, englobando a Praia de Camburi, Ilha do Frade e Ilha do Boi, foi declarada uma Área de Proteção Ambiental em 2018, a APA Baía das Tartarugas.
A riqueza é surpreendente, desde a restinga e ilhas, até as águas que abrigam uma vida marinha vibrante, mesmo com todos os impactos que uma capital enfrenta.
Lembro-me da primeira vez que fui registrar os peixes que ilustram o livro.
A cada mergulho, era como entrar em uma pintura viva. As cores, os movimentos, tudo isso se revelava de forma mágica diante da câmera.
O ecossistema marinho da Baía das Tartarugas é rico e vibrante, como capturado em mergulho subaquático. | Foto: Leonardo Merçon/Instituto Últimos Refúgios
O mais desafiador, porém, era capturar a essência dessa biodiversidade. Você não apenas fotografa, você se torna parte daquele mundo por alguns momentos.
Desafios e conquistas
O processo de criação deste livro não foi simples. Muitas vezes, o mar e as condições climáticas impunham obstáculos, mas a equipe seguiu firme.
Ter os colegas do Instituto Instituto Últimos Refúgios ao meu lado e contar com parcerias, como a da Prefeitura de Vitória e empresas locais, foi fundamental. A paixão pela causa ambiental foi a força motriz por trás de cada página.
Durante as sessões de fotografia subaquática, lembro de sentir uma mistura de encantamento e urgência.
Encantamento por estar em contato tão próximo com a vida marinha, mas urgência porque sei que estamos em uma corrida contra o tempo para preservar essas riquezas.
As tartarugas marinhas, por exemplo, são protagonistas deste cenário. Elas enfrentam sérios desafios de conservação, e é exatamente por isso que a APA Baía das Tartarugas foi criada.
A importância das tartarugas marinhas e da preservação
Entre as diversas espécies que habitam a Baía, a tartaruga-verde (Chelonia mydas) se destaca. Classificada como vulnerável, essa espécie encontra em Vitória um ponto de apoio crucial para sua sobrevivência.
A criação da APA foi um marco importante para protegê-las. Porém, a pressão das atividades humanas, como a pesca ilegal e a poluição, ainda são ameaças.
Mas o que torna Vitória única é sua localização. Situada em uma região estuarina, a cidade é beneficiada por manguezais que abrigam e alimentam diversas espécies marinhas.
O manguezal, além de ser um berçário para peixes, mesmo não estando dentro da APA, é também um ecossistema essencial para manter o equilíbrio entre a terra e o mar.
Uma jornada de preservação e inspiração
O livro “Baía das Tartarugas” é um convite para que mais pessoas conheçam e defendam a natureza local.
Não é por acaso que o nome da unidade de conservação foi inspirado nas tartarugas marinhas.
Elas representam a resiliência, a luta pela sobrevivência em um ambiente cada vez mais ameaçado. E é isso que queremos inspirar nos capixabas: um orgulho por sua terra e um desejo de protegê-la.
Cada imagem registrada neste livro traz consigo uma história. Fotografar não só um ato técnico; é uma experiência emocional que me conecta ao meio ambiente de uma maneira única.
Um presente para Vitória e para o futuro
Ao lançar este livro, quero também compartilhar imagens bonitas. Mas o mais importante, desejo que cada pessoa que folhear suas páginas, sinta o mesmo amor que eu sinto por esse lugar.
Quero que se orgulhem da nossa natureza e entendam que proteger esses ambientes é uma responsabilidade coletiva. Afinal, ninguém mais vai fazer isso por nós.
Então, convido você a visitar a exposição, conhecer o livro e se apaixonar pela Baía das Tartarugas assim como eu me apaixonei.
Em breve divulgaremos as informações do evento de lançamento. Te vejo lá!
Serviço
Lançamento do livro “Baía das Tartarugas: Riqueza marinha na capital do Espírito Santo”
Data: 8 de novembro (sexta-feira), das 10h às 12h – Distribuição gratuita do livro, apresentação de um episódio da série em vídeo e show da banda Quarto Crescente
Local: Projeto Tamar, na Avenida Nossa Senhora dos Navegantes, 700ª, Praça do Papa, Enseada do Suá, Vitória/ES.
Ingressos gratuitos em https://bit.ly/4hcT7Y8
Exposição de fotos do livro: de 8 de novembro a 18 de dezembro (visitação mediante pagamento de ingresso de acesso ao Projeto Tamar). Após essa data, a exposição iniciará uma itinerância por espaços abertos ao público em Vitória.
Mais informações em @baiadastaratarugas / @ultimosrefugios / www.ultimosrefugios.org.br
O PROJETO
O projeto do livro é uma realização do Instituto Últimos Refúgios e Projeto de Conservação da Baía das Tartarugas, viabilizado pela Lei de Incentivo à Cultura Capixaba (LICC) da Secretaria da Cultura (Secult), com patrocínio do Grupo Águia Branca, apoio da Grafitusa e parceria da Prefeitura de Vitória. O Lançamento conta com apoio da Fundação Projeto Tamar.
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Por Leonardo Merçon
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