
Estudantes da Ufes se unem por reivindicações de acessibilidade e inclusão
Autodeclarada “influencer de baixa renda”, Katia Quintino conversou com a coluna Voz da Inclusão
Todas as famílias desejam dar o melhor aos seus filhos. Porém, a falta de dinheiro muitas vezes é um obstáculo. Terapias, tratamentos, remédios e outras necessidades de uma família atípica costumam ser caras.
Justamente por viver na pele esta angústia, Kátia Quintino decidiu fazer de seu perfil no Instagram (@teabaixarenda) sua ferramenta. Não só de busca por tratamento para seu filho, mas também de conexões.
Abaixo, nossa conversa com a Kátia.
1 – Como surgiu a ideia do perfil?
A ideia da página surgiu da necessidade de me enxergar em outras famílias como a minha, família preta pobre. Como não encontrei, resolvi mudar o nome do meu perfil pessoal e trazer meus relatos e rotina com uma criança dentro do espectro.
2 – Existe um certo elitismo no discurso sobre autismo?
Tenho total certeza desse discurso elitista, pois onde vemos pessoas de uma outra classe querendo falar por todos, não é possível haver igualdade.
3 – A saúde pública é suficiente para assessorar uma família atípica?
Não, de maneira alguma. A saúde pública não dá conta de demandas simples, aí imagina uma pessoa que precisa de suporte multidisciplinar! Meu filho tem 6 anos até hoje não tem um laudo pelo SUS.
4 – Como foi o impacto do diagnóstico?
Traz o alívio de você poder respirar e ter a certeza de que você não estava louca; em contrapartida, é devastador pois não é uma escolha que passa por você, ela é imposta de uma dura, sabe, inesperada. Por mais que haja a desconfiança, sempre esperamos outra resposta.
5 – Quais são as principais dificuldades de uma mãe atípica de baixa renda?
As dificuldades são inúmeras. A condição financeira é algo crucial. Com uma criança atípica, as demandas são muito específicas, tipo seletividade alimentar só com X coisa da marca X, boas terapias com o tempo correto de duração são caríssimas. E a saúde pública, assim como as escolas, sem estrutura para receber o seu filho…
6 – Alguma mensagem para quem passa pela mesma situação?
Não desista, o diagnóstico não é um ponto final!
As informações/opiniões aqui escritas são de cunho pessoal e não necessariamente refletem os posicionamentos do Folha Vitória