
Ele pode até ter um nome que soa moderno — “médico de família e comunidade” —, mas sua essência remete a um tempo em que o cuidado cabia em uma visita e o prontuário era o olhar atento. Hoje, esse profissional volta a ocupar um papel central no sistema de saúde, reunindo ciência, empatia e visão ampla da vida do paciente. Mas você sabe o que faz um médico de família?
“Como especialidade médica, o médico de família é algo relativamente recente, mas como função é uma prática que vem de décadas”, explica Moysés Martins, médico da São Bernardo Samp. “Ele remete àquele médico de antigamente, que cuidava da família inteira: fazia parto, acompanhava as crianças, orientava as mulheres, atendia os idosos e até visitava os pacientes em casa.”
Esse profissional virou um grande aliado das operadoras de saúde. Na São Bernardo Samp, por exemplo, o médico de família é peça-chave no programa Saúde Todo Dia, que tem como foco principal a medicina preventiva. O objetivo é promover qualidade de vida e evitar o avanço de doenças como diabetes, obesidade e hipertensão — mas também acompanhar de perto quem ainda não tem nenhuma comorbidade, para manter o equilíbrio e o bem-estar.
“A gente trabalha com todos os níveis de prevenção — desde evitar que uma doença apareça até impedir que ela avance”, explica o médico. “Atendemos desde pacientes com sobrepeso até aqueles que já têm alguma condição mais séria, como doenças cardiovasculares. Em todos os casos, o foco é o mesmo: promover saúde.”

Cuidado integral
O que antes era a figura do “doutor da família”, hoje se traduz em um profissional altamente capacitado, que atua com base em protocolos clínicos e diretrizes reconhecidas no mundo todo. Ele é o elo entre o paciente e o sistema de saúde, com foco na prevenção e no acompanhamento de doenças, identificando riscos precocemente e encaminhando o paciente, quando necessário, para o especialista certo.
“É um trabalho com base científica, feito dentro de parâmetros bem definidos. O médico de família trata e acompanha o paciente até determinado ponto e, quando necessário, encaminha para o especialista adequado. Ele é como um maestro: organiza o cuidado, promove saúde e evita que os problemas se agravem”, reforça Martins.
O olhar global e contínuo faz do médico de família um profissional diferenciado. Ele considera não apenas os sintomas, mas também o contexto de vida do paciente: ambiente, rotina, trabalho e relações. Mais do que tratar sintomas, o médico de família busca entender o contexto de cada pessoa, enxergando o paciente como um todo.
“O médico de família é aquele que se importa com a história por trás da doença. É um cuidado integral, que une tecnologia, prevenção e proximidade. No fim das contas, é sobre cuidar de pessoas — e não apenas de diagnósticos”, conclui Moysés Martins.