Na manhã do dia 1º de maio, feriado do Dia do Trabalhador, mais de 2 mil pessoas se reuniram na orla de Camburi, em Vitória, para participar da 1ª Corrida Nacional do Sesi, que teve percursos de 5 e 10 quilômetros, além de caminhada e a inclusão de pessoas com deficiência (PCDs). Os três melhores colocados de cada categoria (geral e indústria) receberam troféus e ticket de benefícios, enquanto todos os participantes ganharam medalhas.
A iniciativa, do Serviço Social da Indústria no Espírito Santo (Sesi ES), marcou não só uma homenagem aos trabalhadores capixabas, mas também um movimento nacional que integrou 22 estados simultaneamente em prol da saúde física e mental de quem move o país diariamente, numa ação coordenada do Conselho Nacional do Sesi.
Mais do que um evento esportivo, a corrida foi um manifesto do poder do pertencimento e da retomada do bem-estar físico e emocional. Com rotinas cada vez mais aceleradas e sobrecarregadas, as pessoas pararem para correr pode parecer contraditório, mas tem sido exatamente esse o caminho encontrado por milhares de brasileiros para escapar do sedentarismo, combater desgaste mentais e até conhecer pessoas novas.
“O objetivo é simples, mas profundo: tirar as pessoas do sedentarismo, promover saúde mental e tornar os trabalhadores mais felizes, saudáveis e produtivos. A corrida é um esporte democrático. Todo mundo pode participar, não importa a idade ou o condicionamento”, destacou o gerente-executivo de Saúde e Segurança do Sesi ES, Flávio Rodrigues.
O presidente da Findes, Paulo Baraona, reforçou a missão do evento: “O Sesi é saúde. São 22 capitais realizando a mesma corrida no mesmo dia. Queremos repetir todos os anos. Nosso objetivo é cuidar do trabalhador e mostrar que o esporte transforma. Somos todos trabalhadores. E correr juntos é uma forma de celebrar essa identidade.”
Uma corrida que vai além do pódio
Nos últimos meses, a corrida tem ganhado destaque. Pessoas comuns, com os mais variados corpos e histórias, compartilham treinos e rotinas em parques, orlas e ruas pelo Brasil afora. A corrida deixou de ser exclusividade de atletas para se tornar um estilo de vida. E a inspiração estava por todos os lados. Famílias inteiras participaram da caminhada, corredores experientes disputaram os 10 quilômetros e novatos comemoraram cada conquista nos 5 quilômetros.
Celso Barbosa, aposentado de 75 anos, que já corre desde 1979, destacou a importância desse incentivo para os trabalhadores:
“Eu fumava, estava acima do peso e decidi mudar de vida. A corrida entrou na minha rotina e mudou tudo. Naquela época, já se falava em saúde, mas não havia incentivo. Hoje, ver esse tanto de gente correndo me emociona. A gente precisa de mais ações assim”, afirmou.
Tatiana Teixeira Silva Chagas, técnica de Enfermagem, e Fábio Teixeira Chagas, policial penal, participaram da corrida com o filho Vinícius, que tem uma síndrome genética rara e autismo. A família adaptou a prática esportiva a sua realidade com um triciclo especial.
“Comecei a correr em uma prova para autistas, me apaixonei e trouxe toda a família. O Vinícius se transforma na corrida, ele sai do casulo, se socializa. É inclusão, é saúde, é nossa diversão. Já são seis anos correndo juntos”, contou Tatiana, emocionada.
Ela explica que cada avanço do filho é uma vitória: “A alteração genética do Vini não tem referência na literatura. Não sabemos o que esperar, então comemoramos cada conquista. A corrida nos dá pertencimento e alegria.”
Outro exemplo de união familiar veio das irmãs Tainara, analista operacional, e Samara, professora de educação física. Ex-atletas de futsal, elas retomaram a corrida como forma de reconexão com o esporte e com a saúde, e, ainda, com uma companhia especial: a cachorra Zaia.
“Depois de um acidente de moto, essa foi minha primeira corrida. Foi desafiadora fisicamente e psicologicamente”, contou Samara. Já Tainara reforçou como a corrida ajudou em sua jornada contra a obesidade: “Me reencontrei no esporte e hoje voltamos a dividir as pistas.” E Zaia, a mascote da família, também corre com elas: “Ela é nossa Pacer. Corre com a gente, puxa o ritmo e virou parte da nossa equipe. Uma família completa de atletas”, brincaram.
Saúde mental dos trabalhadores
A escolha de realizar o evento no Dia do Trabalhador foi estratégica e carrega uma mensagem: é impossível falar em produtividade sem considerar a saúde mental. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é um dos países com maior incidência de transtornos de ansiedade no mundo. A corrida, ao liberar endorfinas e estimular o foco no presente, é uma aliada potente contra o estresse e a depressão.
Não à toa, empresas têm investido cada vez mais na prática esportiva como ferramenta de promoção da saúde dos colaboradores. Iniciativas como a Corrida do Sesi ajudam a incentivar hábitos mais saudáveis, prevenindo doenças, reduzindo afastamentos e contribuindo para um ambiente de trabalho mais equilibrado e produtivo.
“Quando você promove uma ação voltada à saúde física e mental do trabalhador, você está dizendo que se importa. Eventos como esse têm tudo a ver com o que acreditamos”, afirmou o diretor comercial da Le Card, patrocinadora da corrida, Vitor Lessa.
Mais do que celebrar o Dia do Trabalhador com medalhas e pódios, o evento promoveu uma experiência coletiva voltada à saúde, prevenção e inclusão. Ao reunir colaboradores, famílias inteiras, pessoas de todas as idades e até animais de estimação, a Corrida do Sesi reforça o papel da atividade física como estratégia de bem-estar e qualidade de vida também no ambiente corporativo.
Por meio do Sesi Saúde e Segurança, o Sesi ES preza pela promoção de uma indústria saudável, segura e preparada para o futuro, numa missão vai muito além dos ambientes de trabalho, mas alcança a vida das pessoas, dos trabalhadores da indústria, nas suas rotinas, nas suas escolhas e nos seus hábitos. A Corrida do Sesi, portanto, foi uma oportunidade de reforçar que saúde e segurança são partes indissociáveis da produtividade, da inovação e da qualidade de vida.
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