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"Alívio": mãe comemora alta de bebê que teve pé queimado em hospital da Serra

Após mais de um mês de internação e cirurgia de enxerto, o pequeno José já está em casa. A mãe agradeceu as orações: "Estou muito feliz"

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O pequeno José, bebê que sofreu queimaduras graves no pé esquerdo logo após nascer no Hospital Estadual Jayme Santos Neves, na Serra, teve alta nesta quinta-feira (25) e a família comemorou a chegada do pequeno em casa.

José estava internado desde o nascimento e completou um mês na última sexta-feira (19), dias após passar por uma cirurgia de enxerto no pé. O procedimento, feito no Hospital Infantil Nossa Senhora da Glória (Hinsg), em Vitória, teve como objetivo corrigir a deformidade causada pelas queimaduras.

Em um vídeo publicado em rede social, a mãe comemorou a notícia e descreveu a emoção de levar o filho para casa após um mês.

“Estamos em casa, graças a Deus. Depois de um mês, a primeira noite em casa foi ótima, José dormiu muito, só acordava para mamar, trocar a fralda e dormia de novo. Depois de esperar tanto… Ontem (quinta) eu estava sentindo que ele ia ter alta, até levei a saída de maternidade dele”, disse Sara Peisino.

Ela também explicou que José vai precisar retornar ao hospital para realizar curativos a cada quatro ou cinco dias, seguindo o tratamento pós-cirúrgico.

Quero agradecer a todo mundo que esteve com a gente nesse período orando, sofrendo com a gente, torcendo pela melhora dele, por este momento de alta. Ainda não finalizou, mas a gente está no caminho. Só dele estar em casa já é um alívio tão grande, tão grande. Estou muito feliz que ele está em casa”.

Sara Peisino, mãe de José

Entenda o caso

José nasceu no dia 19 de agosto, de parto normal. Segundo a mãe do bebê, Sara Peisino, logo após o nascimento, a equipe de enfermagem teria informado que a criança estava com a temperatura um pouco abaixo do ideal.

O recém-nascido estava com a temperatura de 36,2º, sendo o indicado 36,7º. Por conta disso, foi recomendado que fosse para uma incubadora para que pudesse ser aquecido.

A mãe concordou e pediu à mãe dela, avó da criança, que acompanhasse o trabalho da equipe de enfermagem.

Sara Peison, mãe do bebê (Foto: Arquivo pessoal)
Sara Peison, mãe do bebê (Foto: Arquivo pessoal)

Segundo a mãe, uma enfermeira teria passado um algodão na parte de metal da incubadora para aquecer o algodão. Neste momento, faíscas de fogo teriam aparecido, mas sem que a profissional percebesse. O algodão foi dobrado e colocado na meia da criança.

“Uma enfermeira pegou um pedaço de algodão e encostou na lâmina do bercinho dele, e saiu fagulhas de fogo. Quando ela dobrou, minha mãe não viu. Ela colocou dentro da meia dele e quando minha mãe percebeu, o macacão dele já estava pegando fogo”, contou.

Ainda segundo a mulher, ela foi acordada pelo choro da criança e correu para o quarto onde o bebê estava. Lá, ela se encontrou com médicos e enfermeiros, que tentavam ajudar o bebê. De acordo com ela, o quarto foi tomado por um forte cheiro de queimado.

“Eu acordei com o choro dele e corri para a sala. Nessa hora já havia muita gente lá, médicos, enfermeiros. Estava um cheiro muito forte de queimado, tanto que ontem a bolha no pé dele estourou e ainda estava com cheiro de queimado na meia”, contou.

José teve alta da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (Utin) no dia 16, passou pela cirurgia de enxerto no dia 18 e completou um mês de vida no dia 19.

Leiri Santana, repórter do Folha Vitória
Leiri Santana

Repórter

Jornalista pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) e especializada em Povos Indígenas.

Jornalista pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) e especializada em Povos Indígenas.