Um bebê nascido na última terça-feira (19) teve o pé esquerdo gravemente queimado ao ser levado para uma incubadora do Hospital Estadual Jayme dos Santos Neves, na Serra, pouco depois do nascimento.
Segundo a mãe do bebê, que não quis se identificar, a criança nasceu de parto normal, e logo após o nascimento, a equipe de enfermagem teria informado que o bebê estava com a temperatura um pouco abaixo do ideal.
O recém-nascido estava com a temperatura de 36,2º, pouco abaixo do indicado, de 36,7º. Por conta disso, foi recomendado que fosse para uma incubadora para que pudesse ser aquecido.
A mãe concordou e pediu à mãe dela, avó da criança, que acompanhasse o trabalho da equipe de enfermagem.
Algodão e faíscas
Segundo a mãe, uma enfermeira teria passado um algodão na incubadora, neste momento, faíscas de fogo teriam aparecido. O algodão foi dobrado e colocado na meia da criança.
“Uma enfermeira pegou um pedaço de algodão e encostou na lâmina do bercinho dele, e saiu fagulhas de fogo. Quando ela dobrou, minha mãe não viu. Ela colocou dentro da meia dele e quando minha mãe percebeu o macacão dele já estava pegando fogo”, contou.
Ainda segundo a mulher, ela foi acordada pelo choro da criança e correu para o quarto onde o bebê estava.
Lá se encontrou com médicos e enfermeiros, que tentavam ajudar o bebê. De acordo com ela, o quarto foi tomado por um forte cheiro de queimado.
“Eu acordei com o choro dele e corri para a sala. Nessa hora já havia muita gente lá, médicos, enfermeiros. Estava um cheiro muito forte de queimado, tanto que ontem a bolha no pé dele estourou e ainda estava com cheiro de queimado na meia”, contou.
Bebê passará por cirurgia
Após a ocorrência, o bebê foi encaminhado ao Hospital Infantil de Vitória, onde segue internado.
Segundo a mãe, nesta sexta-feira (22), a criança precisará passar por um procedimento cirúrgico, que irá avaliar a profundidade das queimaduras. A mãe já recebeu alta e está em casa.
“E agora eu não sei quando vou conseguir levar meu filho para casa, estou sem ele e é horrível. Amanhã vai para o centro cirúrgico, vai ter que ficar de jejum para ir para o centro, vão ter que tirar a casca da bolha dele para ver a profundidade, se vai ter sequelas, precisar de enxerto. Ele já está prejudicado, porque não pode mamar à noite”, desabafa.
Coren-ES vai avaliar conduta de profissional
Por nota, o Conselho Regional de Enfermagem (Coren-ES) informou que ainda não recebeu denúncia, mas que vai avaliar a conduta da enfermeira que atendeu o bebê. O Hospital Jayme dos Santos Neves lamentou o caso e prestou solidariedade à família.
*Com informações das repórteres Gabriela Valdetaro e Thainara Ferreira