O atropelamento de um cachorro chamado Rocambole mobilizou moradores do bairro Guaraciaba, na Serra, e gerou revolta na comunidade no fim de semana. O animal, que vivia nas ruas da região há cerca de nove anos, foi atingido por um carro enquanto estava deitado próximo ao meio-fio.
De acordo com quem estava no local, o cãozinho ficou ferido, sangrando e com dificuldades para se mover. Duas pessoas acompanhavam a situação quando o motorista começou a pedir contato de clínicas veterinárias.
Quando eu cheguei, o cachorro estava muito machucado. Pegamos o número de duas clínicas e passamos para ele. Na primeira, não atenderam. Na segunda, ele fingiu que estava conversando com alguém da clínica.
Moradora da região
Segundo ela, o homem afirmou que levaria Rocambole para atendimento e que o cachorro ficaria internado. Quando a moradora se ofereceu para acompanhar até a clínica, o motorista recusou, alegando que estava trabalhando e que manteria contato. Antes de ir embora, ele passou um número de telefone que não era dele.
Ao ligar para a clínica indicada, o local informou que nenhum animal atropelado deu entrada no local.

Comunidade em luto
O desaparecimento de Rocambole abalou o bairro. O cachorro, apesar de viver nas ruas, era considerado parte da rotina e da história do local. Moradores mantinham potes de água e comida em um ponto fixo e acompanhavam, diariamente, os passos do cão.
Era de rua, mas a gente cria um carinho, se apega. Ele fazia parte da nossa comunidade.
Moradora da região
Outro morador reforçou que Rocambole vivia ali há quase uma década e que sempre foi respeitado e protegido por todos. “Por conta desse cuidado que ele recebia, estamos todos muito tristes. A gente sente como se fosse nosso.”
Motorista muda versão nas redes sociais
No domingo, moradores conseguiram localizar as redes sociais do motorista envolvido no atropelamento. Confrontado, ele apresentou uma nova versão: afirmou que levou Rocambole a uma clínica veterinária, mas que o animal “não resistiu e morreu dentro do veículo”.
Ainda segundo o motorista, ele teria enterrado o cachorro — mas não informou local, horário ou qualquer comprovação do que teria sido feito.
Queremos a verdade. Ele era um cachorro querido, tinha história aqui. Não é assim que se trata uma vida.
Moradora da região
A Polícia Civil foi procurada, mas informou que precisa do número de boletim de ocorrência registrado. “Caso a vítima tenha registrado a ocorrência, o caso será investigado”.
*Com informações do repórter Rodrigo Schereder, da TV Vitória/Record.