No mundo da alta joalheria, poucos símbolos são tão reconhecíveis e tão carregados de significados quanto a pantera da Cartier. Selvagem, elegante e absolutamente independente, o felino atravessa décadas como um totem da maison francesa.
Agora, com o relançamento de sua nova campanha global da linha Panthère de Cartier, a marca resgata esse ícone e o reposiciona para uma nova geração: mais feminina, mais poderosa e mais livre do que nunca.
A relação entre a Cartier e a pantera teve início há mais de um século. Em 1914, o padrão manchado que imitava a pele do animal foi usado pela primeira vez em um relógio de diamantes e ônix, discreto, mas marcante. A imagem se tornou símbolo da ousadia silenciosa da marca.
O verdadeiro salto criativo veio com Jeanne Toussaint, diretora artística da Cartier nos anos 1930. Conhecida como “La Panthère” (A Pantera), tanto por sua personalidade forte e independente quanto por seu estilo refinado e ousado. Toussaint foi uma mulher à frente de seu tempo, foi tão visionária que se tornou uma das primeiras mulheres a ocupar um cargo de liderança em uma joalheria de luxo.
Em 1948, sob sua direção, foi criada a primeira joia tridimensional com a pantera, um broche com a figura do felino, feito para a duquesa de Windsor. A peça marcou um momento de virada estética e foi seguida por outras criações exuberantes. A partir dali, a pantera deixou de ser apenas um motivo decorativo e passou a ser um manifesto estético e simbólico da Cartier, representando força, mistério, sensualidade e liberdade.
A pantera do século XXI
Na nova campanha da Panthère de Cartier, lançada em 2025, o felino retorna com uma linguagem visual ainda mais moderna. As imagens e vídeos, protagonizados por mulheres de diferentes culturas, idades e estilos, reforçam a ideia de que a pantera é muito mais que um animal, é um estado de espírito.
Em um dos filmes da campanha, vemos a pantera andando livremente por grandes cidades como: Paris, Tóquio e Nova York, observando, escolhendo, decidindo. A mensagem é clara: não se trata de domar o mundo, mas de mover-se por ele com autonomia, graça e precisão.
Os novos modelos da coleção trazem variações refinadas de pulseiras, anéis e relógios com o formato do felino, esculpido em ouro, diamantes, esmeraldas e ônix. As formas são fluidas, mas a presença é impactante: cada peça é uma extensão do caráter da pantera e da mulher que a veste.
Para a vice-presidente do Sindijoias, Ivana Izoton, a Panthère da Cartier é um exemplo raro de como um ícone atravessa gerações sem perder força.
Criada em 1914, a partir da inspiração de Jeanne Toussaint, ela se firmou como símbolo de poder e ousadia. O que chama atenção é que, mesmo em 2025, continua sendo reinterpretada em relógios, bolsas e joias, sem perder sua essência. E, para mim, é justamente isso que define o verdadeiro luxo: algo autêntico, carregado de história, capaz de se manter eterno e sempre desejado.
Luxo com instinto
A força da pantera está justamente em sua constância. Em um mercado onde o luxo se transforma a cada temporada, a Cartier aposta na atemporalidade como diferencial. A pantera, reinventada, é um símbolo que continua a ecoar nos tempos atuais, especialmente entre mulheres que valorizam peças com história, presença e significado.
Na campanha atual, a marca também propõe um diálogo com o passado: imagens de Jeanne Toussaint, arquivos da maison e reedições históricas aparecem como pano de fundo, lembrando que tradição e reinvenção, na Cartier, caminham sempre lado a lado.
Com esta nova campanha, a Cartier reforça o que já sabíamos: a pantera é mais que um design, é uma declaração de força e estilo, uma joia viva no imaginário do luxo mundial.