Cotidiano

Ciclistas mostram rachaduras na ciclovia da 3ª Ponte e governo diz que não há risco

Ciclistas relatam rachaduras e grades soltas na Ciclovia da Vida, na Terceira Ponte. Semobi garante segurança e promete correções

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Ciclovia da Terceira Ponte com grades quebradas (Foto: Thiago Soares)
Ciclovia da Terceira Ponte com grades quebradas. Foto: Thiago Soares/Folha Vitória

Vídeos gravados por ciclistas que utilizam a Ciclovia da Vida, na Terceira Ponte, em Vitória, mostram rachaduras no piso e pontos em que as grades de proteção aparentam estar soltas. Nas imagens, é possível ver pequenas aberturas que deixam o mar à mostra, além de trechos danificados ao lado da passagem destinada às bicicletas. As cenas geraram preocupação entre usuários, que temem pela segurança no local, mas o governo do Estado garantiu que não há risco para quem circula pela estrutura (veja mais abaixo).

Um dos ciclistas que registrou a situação afirma que a estrutura é muito rígida e, por isso, acaba provocando estragos nas grades à medida que os veículos passam pela ponte.

Veja como está a ciclovia:

Usuário frequente da ciclovia, o portuário Paulo Barcelos, de 62 anos, relatou preocupação com as condições da estrutura metálica. Ele contou que recebeu o vídeo que circula em grupos de ciclistas, mostrando rachaduras, e decidiu divulgar a situação para cobrar atenção das autoridades. O Folha Vitória também esteve no local e confirmou as rachaduras.

Esse vídeo foi postado em um grupo de ciclistas que a gente tem, mas realmente é uma coisa preocupante, porque é uma estrutura metálica, numa área corrosiva, de maresia e de trepidação. São dois fatores sérios que podem trazer dano à estrutura. Isso até pode ser normal, mas o que não é normal é a falta de fiscalização e manutenção.”

Paulo Barcelos, portuário, usuário da via

Paulo fez ainda um alerta sobre o risco de um colapso. “Nós já tivemos exemplos no Rio de Janeiro, quando uma ciclovia desabou. A partir disso, acho importante divulgar e pedir que as autoridades façam não só uma fiscalização, mas uma fiscalização correta. Porque se a estrutura colapsar ali, pode ser uma tragédia.”

O portuário afirmou que utiliza a ciclovia com frequência e reforçou que a preocupação é compartilhada pelos demais usuários. “Todo mundo que acessa a ciclovia está preocupado com a situação”, concluiu.

Ciclovia passou por manutenção em 2024

A Ciclovia da Vida já havia passado por manutenção preventiva em dezembro de 2024. Na ocasião, o trecho no sentido Vitória-Vila Velha precisou ser fechado temporariamente para execução dos trabalhos, e os ciclistas dividiram a pista oposta, normalmente utilizada por quem seguia de Vila Velha em direção a Vitória.

Apesar da intervenção, usuários relatam que os problemas continuam e cobram fiscalização mais rigorosa e correções permanentes na estrutura.

O que diz o governo do ES

A Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi) do governo do Espírito Santo informou que acompanha a situação de perto e que a equipe de projetistas e a empresa responsável pela obra já estão alinhadas para realizar as correções necessárias.

Segundo a pasta, esse tipo de ocorrência é comum em grandes obras de engenharia, como a Terceira Ponte e a própria Ciclovia da Vida, por conta da complexidade estrutural, das dimensões e da presença de juntas de dilatação.

A Semobi reforçou que não há risco de comprometimento da estrutura nem ameaça à estabilidade da ciclovia. “Os ciclistas podem trafegar normalmente pelo local”, destacou a secretaria.

Ainda de acordo com a Semobi, a empresa responsável pela obra faz o monitoramento contínuo do comportamento da infraestrutura e executa ajustes sempre que necessário. A secretaria, no entanto, não detalhou prazos para os reparos nas rachaduras e nos pontos em que as grades parecem mais frágeis.

Apesar das imagens chamarem a atenção, a empresa garante que a segurança está mantida e não há restrições de tráfego para quem utiliza a Ciclovia da Vida.

Leiri Santana, repórter do Folha Vitória
Leiri Santana

Repórter

Jornalista pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) e especializada em Povos Indígenas.

Jornalista pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) e especializada em Povos Indígenas.