Um concurso de beleza acabou em confusão em Venda Nova do Imigrante, região Serrana do Espírito Santo. A polícia teve que ir ao local para acalmar os nervos. Segundo as informações da Polícia Militar, a corporação foi acionada para atender à ocorrência no bairro Vargem Grande.
No local, a equipe manteve contato com a promotora do evento e duas mães, acompanhadas de suas filhas, que eram candidatas ao concurso. Segundo o relato das mães aos policiais, após a proclamação da segunda candidata vencedora, elas perceberam uma suposta fraude na votação e começaram a vaiar, gerando um desentendimento com a coordenadora do evento e os seguranças.
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O evento aconteceu no sábado (18). A promotora, que intitulava o evento como “Rainha Country Brasil”, havia formulado o concurso com 26 candidatas, todas pagantes e com premiação para os quatro primeiros lugares, além de faixas com titulações para as demais.
O evento teve início às 18h e contou com a presença de oito jurados, que não foram identificados. Por volta das 21h20, ao anunciar as vencedoras, torcidas de duas candidatas começaram a vaiar e a ofender a coordenadora.
Em resposta, a promotora acionou os seguranças para retirar quem estava causando tumulto. Na versão das participantes e suas mães, o concurso apresentava contradições desde o início, em agosto de 2025.
Elas alegam que a coordenadora teria enviado, em um grupo de WhatsApp exclusivo para as participantes da competição, uma foto e um áudio no último dia 13, descrevendo a ganhadora do concurso, que ocorreria no dia 18.
Esses arquivos foram apagados rapidamente, mas uma das candidatas fez um print da tela e enviou o áudio para a mãe, que optou por aguardar a confirmação no dia do evento. Outra mãe relatou à polícia que o evento estava desorganizado, mas fluindo até a leitura das vencedoras.
Ao confirmarem que o resultado correspondia à informação vazada, familiares e amigos de uma das candidatas começaram a vaiar. Diante disso, a coordenadora desclassificou a candidata em questão devido à atitude de sua torcida.
Tentando contornar a situação, a coordenadora ofereceu uma faixa à candidata, que recusou o prêmio. A faixa foi então oferecida a outra participante, que também a rejeitou, sendo posteriormente entregue a uma terceira.
As candidatas mencionadas afirmam possuir arquivos que comprovam suas versões, enquanto a coordenadora do evento alega ter agido dentro da legalidade e possuir provas das notas dos jurados e dos combinados com as participantes. As partes foram orientadas a buscar advogados e dar continuidade às representações.
Organizadora do evento dá sua versão
Em entrevista ao Folha Vitória, a organizadora do evento, que se identificou como Alessandra Dias, explicou que o áudio citado pelas participantes foi enviado para o grupo das candidatas acidentalmente. No áudio, segundo a organizadora, ela avalia uma das candidatas positivamente.
O áudio era para ter sido enviado no grupo dos jurados, mas acabou sendo enviado acidentalmente para as rainhas, o que teria causado a impressão de que a candidata já estava decidida, antes mesmo de ser julgada.
Alessandra explicou que o concurso contou com oito jurados e que ela é um deles, portanto tem direito a voto. Mas alegou que o voto dela não tem peso maior que o dos outros jurados.
“Até onde eu sei, eu não cometi nenhuma infração. Já está na mão da Justiça essa questão, porque foi muita difamação. Eu não vendo títulos. A gente veio pontuando elas desde o dia em que pisaram no nosso treino. Começou com a avaliação psicológica, de postura, de ética. E aí muitas perderam pontos, muitas adquiriram pontos. E ela foi uma candidata que, infelizmente, veio perdendo pontos com a gente por conta da postura mesmo”, disse.
A organizadora ainda pontuou sobre a candidata: “Ela é muito bonita, mas tem essa coisa da disputa muito forte. E isso atrapalhou um pouco ela, porque o meu evento não é só de beleza. Ele preza muito pela mulher do lar, da roça, que respeita, que tem compromisso. E isso, quando chegou na passarela, foi calculado em pontos”.
Candidata publica nota
Uma das candidatas, Mariana Crispim, que é apontada como pivô da confusão, publicou uma nota em seu Instagram. No texto, ela diz que foi orientada por seu advogado.
“Após o encerramento do concurso, tive acesso a informações e registros que apontam possíveis irregularidades na condução do certame. Diante disso, adotei as medidas formais cabíveis para preservação de direitos e para que os fatos sejam apurados”, diz a nota.
Repórter
Jornalista formada em 2011, com experiência nas principais empresas de comunicação do Espírito Santo. Também atuou como assessora de comunicação e social media.
