
O preconceito etário, tão presente nas práticas de recrutamento, começa a ceder lugar a uma nova visão: os profissionais com 45+ anos antes vistos como “atrasados” hoje são vistos como uma solução que pode transformar positivamente a performance, a cultura e a resiliência das empresas.
O discurso “idade é barreira” começou a perder espaço, embora o etarismo ainda seja comprovado – uma pesquisa da Ernst & Young que aponta que 78 % possuem possuir práticas etaristas – Algumas empresas começaram a olhar para esse time de experientes com uma nova perspectiva.
O país convive com duas forças convergentes: a população que envelhece e uma força de trabalho que precisa de mão-de-obra diversificada, adaptável, resiliente. O descompasso entre essas realidades gera uma oportunidade clara — mas muitas organizações ainda não a exploraram e que as empresas visionárias estão agindo.
Um exemplo concreto é a Centauro lançou o programa “Sempre no Jogo”, voltado a contratar profissionais com mais de 50 anos em suas lojas espalhadas pelo país. O mote: transformar maturidade em valor, promover convivência entre gerações e reconhecer que a experiência não é um peso, mas um diferencial.
Ao adotar essa postura, a Centauro sinaliza que a “velha” narrativa de que profissionais maduros são resistentes à tecnologia, pouco adaptáveis ou de menor retorno, precisa ser repensada. Afinal, a maturidade traz outro tipo de capital: visão estratégica, inteligência emocional, histórico de superação, redes de contatos sólidas, menor rotatividade. Essas qualidades aliviam dores crônicas de muitas organizações — ausência de liderança desenvolvida, falta de mentoria interna, elevado turnover.
Por que essa mudança importa para as empresas:
- Competitividade e sustentabilidade: Em mercados incertos e em rápida transformação, equipes multigeracionais equilibradas são menos vulneráveis ao viés do “pensar-como-sempre”. Profissionais 50+ ajudam a tornar decisões mais cuidadosas, mitigam riscos e oferecem perspectiva histórica.
- Retenção de talentos e imagem de marca: Organizações que adotam práticas inclusivas de idade se posicionam melhor no mercado — não só para esse público, mas também para millennials e geração Z, que valorizam empregadores com propósito, diversidade e responsabilidade social.
- Inovação de cultura: A presença de colaboradores maduros estimula mentorias informais, passagem de bastão consciente, diálogo geracional — elementos de cultura que retêm gente, criam engajamento e fortalecem o “sentir-que-pertence”.
- Economia de recursos: Embora ainda existam mitos de que contratar 50+ custa mais ou torna a equipe “menos ágil”, os dados mostram o contrário: o problema não é técnico, é cultural.
Os desafios claros para as organizações são as capacitações técnicas, pois muitos desses profissionais de fato não acompanharam as evoluções tecnológicas, mas tem o mais difícil de ensinar que são as competências sociais.
Então se você profissional quer aproveitar esse novo momento, invista em capacitações e atualizações. Se você é uma empresa repense a forma de contratar, acolher e capacitar esses profissionais.
Afinal tanto a data da aposentadoria, quando o tempo de vida estão sendo repensadas. E isso de fato muda o mercado de trabalho.