Transplante

Coração sai de Vitória, salva vida em SP e família volta para agradecer a Guarda Municipal

A Guarda Municipal de Vitória escoltou ambulância até o aeroporto para envio de órgão à São Paulo para um transplante de coração

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Família de transplantado visita Guarda Municipal
Família de José Favoreto viajou de São Paulo a Vitória para agradecimento. Foto: Guarda Municipal de Vitória

Nem o trânsito intenso, a chuva ou a distância impediram que José Favorito, 74 anos, recebesse um coração que saiu de Vitória, para São Paulo, em janeiro de 2024.

Agora, foi a vez da família do aposentado fazer o caminho inverso. Quatro dos seus irmãos, Elza, Tito, Fátima e Eugênio, vieram até a capital capixaba, na última a sexta-feira (18), para agradecer a Guarda Civil Municipal de Vitória pela participação na operação de envio do órgão.

Os agentes do Grupamento Tático Operacional (GTO) da Guarda de Vitória foram essenciais para garantir que o coração chegasse ao aeroporto a tempo. A equipe foi acionada pela Central de Captação de Órgãos para realizar o transporte do Hospital São Lucas, no Forte São João, até o Aeroporto de Vitória, no Bairro República. No dia, a chuva e o trânsito tornaram o caminho um verdadeiro desafio contra o tempo.

CONFIRA O VÍDEO

A Família de José foi recebida pela equipe do GTO de plantão, juntamente com o coordenador, o gerente de Operações de Trânsito e a equipe da Central de Monitoramento. O transplantado, que não pode fazer a viagem por estar em recuperação, participou do momento remotamente, se emocionando ao ver os irmãos encontrando os guardas por uma chamada de vídeo.

Elza Favorito De Marchi explicou que, ao ficarem sabendo dos detalhes que envolveram o envio do órgão para São Paulo, a família decidiu agradecer pessoalmente a todos os envolvidos.

Era o segundo coração que meu irmão conseguia, mas o primeiro foi descoberta uma doença. Meu marido viu uma reportagem e descobriu tudo que a guarda fez, a dificuldade, para que o coração chegasse até meu irmão. Ele está super bem e é graças ao esforço de todos aqui também.

Coincidência de sobrenomes fez o encontro acontecer

Foi ao assistir à reportagem que contava a história da operação de transporte, ao lado de seu marido, que Elza notou uma coincidência curiosa; ela tinha o mesmo sobrenome que o coordenador do GTO, Charles De Marchi.

Após assistir ao programa diversas vezes e emocionada com a história que ela decidiu procurar pelo comandante nas redes sociais e se apresentar como irmã do homem que recebeu o coração.

José e seus irmãos já estiveram no Espírito Santo em outras ocasiões para fazer os Passos de Anchieta.

“Eu e meus irmãos, inclusive o José, já estivemos várias vezes juntos aqui no Espírito Santo para fazer os Passos de Anchieta. Quando vi a reportagem do transporte do coração do meu irmão, o Charles estava dando a entrevista. Assisti várias vezes e me emocionei outras tantas. Ao perceber que tínhamos um sobrenome em comum, procurei ele nas redes sociais e mandei mensagem. Agora, estamos aqui conhecendo essas pessoas incríveis”, descreveu Elza.

Guarda precisou driblar chuva e trânsito durante transporte

Cruzar a cidade de Vitória com o coração destinado a José Favorito não foi fácil. A tarde da terça-feira, 07 de janeiro, foi marcada por transtornos causados pelo alto volume de chuva na capital.

Durante o trajeto, a ambulância que levava o órgão e os veículos da GCM precisaram enfrentar um trânsito congestionado, além da água na pista. Na época, a Guarda informou que uma das viaturas seguiu na frente para fechar os acessos pela rua por onde passaria o comboio, tentando reduzir o fluxo na via principal.

Ao todo, três equipes do GTO da Guarda foram acionadas, além da Central de Monitoramento, que indicou em tempo real o melhor caminho até o destino final.

Percurso foi feito em menos de cinco minutos

Com toda a operação montada para o transporte, o percurso de oito quilômetros entre o Hospital São Lucas e o Aeroporto de Vitória foi feito em quatro minutos e meio.

A ambulância precisou furar semáforos, exceder a velocidade máxima permitida e fazer ultrapassagens para entregar o órgão a um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) aguardava pronto para decolar.

Foram momentos de tensão para todos os envolvidos, mas que, no final, garantiram que José passasse pelo transplante.

“Essa situação marcou a mim e a todos do GTO, pois mesmo estando acostumados com esse tipo de transporte, que demanda precisão e velocidade, tínhamos inúmeras variáveis contra naquele dia. Saber que ele está bem e receber o abraço dessa família traz um sentimento incrível de satisfação”, afirmou o coordenador do GTO durante o encontro.