Cotidiano

Corpus Christi: detentos confeccionam tapetes nos presídios capixabas

Presos de seis unidades prisionais do Espírito Santo confeccionam tapetes em ação religiosa e artística que apoia a ressocialização

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Corpus Christi nos presídios
Corpus Christi nos presídios. Foto: Reprodução/Sejus

O tradicional Dia de Corpus Christi, que cai nesta quinta-feira (19), é celebrado por diversos cristãos espalhados pelo mundo, inclusive nos presídios do Espírito Santo, onde os presos estão tendo acesso aos tapetes confeccionados pelos próprios detentos.

Os tapetes estão expostos em seis unidades prisionais em todo o Estado. Além dos tapetes, os presídios contarão também com missas para os detentos que possuem fé cristã. A ação é coordenada por voluntários da Pastoral Carcerária, ligada à Igreja Católica, e faz parte da assistência religiosa ofertada pela Secretaria da Justiça (Sejus) nos presídios.

Ao todo, as peças medem cerca de 310 metros lineares de imagens feitas com diversos materiais, como areia branca, casca e caixas de ovos, sal, palha e pó de café, além de tecido, corante, pó de serra e CDs usados. Os desenhos dos tapetes tradicionais retratam o sacramento da comunhão.

Tapetes nos presídios do ES
Tapetes nos presídios do ES. Foto: Reprodução/Sejus

Tapetes estão em seis presídios

O maior tapete está na Penitenciária Regional de São Mateus (PRSM), com 90 metros lineares de imagens. Lá, a confecção durou cerca de três dias, envolvendo oito internos. Os tapetes ficarão expostos no presídio até o domingo (22).

Já no Centro de Detenção e Ressocialização de Linhares (CDRL) são 70 metros de tapetes, com 100 pessoas envolvidas na confecção, que ficará exposto até esta quinta (19). No Centro Prisional Feminino de Colatina (CPFCOL), os tapetes medem 47,5 metros e ficarão expostos durante todo o mês de junho, contando com a participação de 18 internas.

Na Penitenciária Semiaberta de Vila Velha (PSVV), no Complexo de Xuri, os tapetes foram feitos por 168 internos, que são alunos matriculados na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Cora Coralina, além de toda equipe pedagógica, de projeto de arte e pintura e de segurança da unidade prisional. O tapete mede 60 metros.

Tapetes
Foto: Reprodução/Sejus

Ao todo, sete internos participaram da construção dos tapetes no Centro de Detenção Provisória de Viana 2 (CDPV2), que medem 15 metros de comprimento.

Na Penitenciária Estadual de Vila Velha 1 (PEVV1), os tapetes, com 12 metros de extensão, e foram produzidos como atividade pedagógica pela Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEEFM) Cora Coralina.

Ação faz parte da ressocialização

Para a coordenadora do Grupo de Trabalho Interconfessional do Sistema Penal (Ginter) da Secretaria da Justiça (Sejus), Maria Jovelina Debona, é direito do detento ter acesso ao culto religioso. Ela acredita que essas ações também ajudam na ressocialização dos presos.

O culto religioso nas unidades prisionais é uma garantia fundamental da pessoa presa e está previsto na legislação. É importante reconhecer o papel fundamental dos voluntários nesse processo, que dedicam seu tempo para oferecer apoio espiritual a quem está privado de liberdade. A assistência religiosa fortalece os valores humanos, acalenta, dá esperança e contribui de forma essencial para a ressocialização, disse.

Tapetes nos presídios capixabas
Tapetes nos presídios capixabas. Foto: Reprodução/Sejus

A tradição da confecção de tapetes de Corpus Christi não é de hoje, segundo o vigário episcopal para Ação Social, Política e Ecumênica da Arquidiocese de Vitória, Padre Kelder Brandão. Ele explicou a importância deste ato para os cristãos.

“A confecção de tapetes para a festa de Corpus Christi é uma tradição muito bonita e antiga dos cristãos católicos que, com esse gesto, demonstram sua fé, devoção e amor a Jesus Cristo, que está presente na hóstia consagrada. Essa tradição faz parte da cultura capixaba e é uma prática importante de evangelização e socialização. Confeccionado os tapetes, os detentos e detentas traduzem em arte seus sentimentos mais belos e profundos, compartilhando com as pessoas o que está no seu interior”, explicou.

*Texto sob supervisão da editora

Lucas Gaviorno, estagiário do Folha Vitória
Lucas Gaviorno *

Estagiário

Estagiário do Folha Vitória, graduando em Jornalismo, pela Faesa, e em Letras, pelo Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes)

Estagiário do Folha Vitória, graduando em Jornalismo, pela Faesa, e em Letras, pelo Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes)