Em meio à correria do dia a dia, entre compromissos, redes sociais e conquistas pessoais, há vidas que passam por nós sem serem realmente vistas. Pessoas que, apesar da força e da luta diária, permanecem à margem: ignoradas, silenciadas, esquecidas.
Foi por elas que nasceu o Invisible Podcast, um projeto criado por três amigas unidas por um propósito comum: promover a inclusão social e a saúde mental.
Fernanda Mappa, Pollyana Paraguassú e Anna Beatriz Howat Rodrigues são profissionais das áreas da saúde e da educação. Mas, antes de tudo, são mulheres movidas por empatia, coragem e disposição para enfrentar temas muitas vezes invisíveis aos olhos da sociedade.
“Só existe quebra de barreira quando elas são visíveis. Sem falar sobre o assunto, sem informação, não há problema. Quando levantamos questões invisíveis para quem está ao nosso lado, despertamos curiosidade. E quanto mais falamos, mais visibilidade ganhamos. A ideia central era essa: tornar visíveis situações que são mais comuns do que imaginamos, antes que aquela condição bata à sua porta”, explica Fernanda Mappa.
O projeto mergulha fundo em histórias reais, tocantes, muitas vezes dolorosas, contadas por quem vive, sente e enfrenta o preconceito todos os dias.
Pollyana Paraguassú é ativista da causa autista e presidente da Associação dos Amigos dos Autistas do Espírito Santo (Amaes). Para ela, ser PCD é muito mais do que uma sigla: é resistir, pertencer, se fazer ouvir.
“Temos vários eixos, mas sempre penso na vivência do dia a dia, na luta de quase 20 anos, nas barreiras sociais, em ter que provar todos os dias que a deficiência vem depois da pessoa, que é uma condição. É uma jornada em fazer com que as leis sejam efetivadas de fato, que sejam cumpridas, garantindo o mínimo de dignidade aos nossos filhos. O programa nasce deste desejo de mostrar que não precisamos seguir padrões para termos uma história de vida grandiosa”, afirma.
Com linguagem acolhedora e sensível, os episódios do Invisible abordam as múltiplas camadas da exclusão social. Cada convidado compartilha sua trajetória de superação, medos, descobertas e conquistas.
São histórias de quem convive com TEA (Transtorno do Espectro Autista), TDAH, dislexia, ansiedade, depressão, TOC, entre outras condições frequentemente cercadas por tabus e desinformação. São mães, estudantes, trabalhadores, filhos, cuidadores, pessoas comuns que lutam diariamente por algo essencial: respeito e dignidade.
“Quando montamos o projeto, pensamos nas pessoas com deficiência visual, física, mental e múltipla, além daqueles com transtornos do neurodesenvolvimento, como TEA, TDAH e Transtorno Específico da Aprendizagem, como dislexia, disgrafia e discalculia. Queremos dar voz a tantos outros invisíveis que sofrem com ansiedade, depressão, TOC, SGT e transtorno dismórfico corporal e muitos outros”, declara Bia Howat, psicóloga comportamental.
O público-alvo vai além dos especialistas. O Invisible Podcast é feito para todos: para quem trabalha na área da saúde, para estudantes, e principalmente para quem deseja enxergar o outro com mais empatia, escutar com mais atenção e entender para transformar.
Mais do que um podcast, Invisible é um movimento. Um convite à escuta, à ação e ao olhar mais humano sobre o outro.
E a partir de hoje, você pode acompanhar essa jornada também em vídeo. O videocast do Invisible está disponível no Folha Vitória e no canal do Youtube. Aperte o play, mergulhe nas histórias e ajude a dar visibilidade ao que ainda permanece invisível.
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