
A Secretaria da Justiça do Espírito Santo (Sejus) iniciou, no mês de abril, um curso de cerâmica voltado para 30 internos e internas da Penitenciária de Segurança Média 2 (PSME2), de Viana, unidade prisional exclusiva para pessoas LGBTQIA+.
O objetivo da ação é capacitar os participantes para a produção de cerâmica artesanal, além de promover o desenvolvimento pessoal e incentivar o empreendedorismo.
Com duração de dois meses, o curso é ministrado pelo Instituto Veredas, organização social especializada em capacitação. Durante o período, os participantes terão a oportunidade de produzir aproximadamente 180 peças, entre copos, canecas, pratos, pires, bowls e uma peça autoral.
LEIA TAMBÉM:
Uma sala da unidade foi equipada com forno e mesa de modelagem para a realização das aulas. As peças confeccionadas serão entregues aos próprios internos, que poderão destiná-las às suas famílias.
De acordo com o subsecretário de Estado da Ressocialização, Marcelo Gouvêa, a proposta da capacitação é mostrar como o artesanato pode contribuir para a ressocialização e gerar novas perspectivas. Além da parte prática, o curso inclui rodas de conversa com temas como cidadania, ética, comportamento e empreendedorismo.
Cerâmica artesanal ganha espaço no mercado
A presidente do Instituto Veredas, Udimila Rezende dos Passos Bitencourt, destacou que o curso também representa uma oportunidade de inserção no mercado, já que a cerâmica artesanal tem conquistado espaço entre consumidores de itens de decoração e utilitários domésticos.
Segundo Udimila, o investimento inicial para empreender na área é considerado acessível. Um forno pequeno pode ser adquirido por cerca de R$ 17 mil, com opções usadas por valores mais baixos. O investimento total, incluindo matéria-prima como argila e esmaltes, gira em torno de R$ 10 mil.
Os participantes do curso receberão certificado ao final da formação. A expectativa é que a capacitação possa abrir caminhos para que os internos desenvolvam atividades produtivas após o cumprimento da pena.