A Educomunicação nasce com o propósito de criar pontes entre os saberes consolidados da mídia e da educação, com a finalidade de, no entrelace desses dois campos, abrir possibilidades de mudanças no contexto escolar, visando oportunizar a condução do ensino e da aprendizagem com eficácia.
A premissa é promover aproximações em um território que clama por apaziguamento, diálogo, vínculo e compassividade. Nesse aspecto, a formação dos estudantes demanda o incentivo à leitura, na forma de um letramento literário desde a primeiríssima infância e durante todo o percurso escolar; ou seja, contemplando uma literatura desde o berço até o final do ensino médio.
Mediante o letramento literário com estratégias de leitura, espera-se incentivar a criticidade, a criatividade, a imaginação e a conexão entre a ficção e a realidade, na condução de uma compreensão leitora. O objetivo é o alcance da capacidade de interpretação dos acontecimentos no contexto ficcional, de forma que possam ser discernidos da realidade, com destreza, pelos educandos.
O momento seguinte é o da expansão da criatividade, por meio do incentivo à contemplação da arte, estimulando-se projetos extraclasse, de visitas educativas a patrimônios culturais, de produção artística, de experimentação da arte e de audiência a espetáculos, exposições, para suscitar a observação, a apreensão e a expansão dos sentidos. Que os jovens sejam educados a serem apreciadores de cultura e recebam formação para se performarem em uma plateia qualificada.
Na sequência, é recomendada a educação para a mídia, com a proposição da incorporação no âmbito escolar de projetos que adicionem a potencialidade da mídia, em formatos variados: rádios escolares, podcasts, fanzines, vídeos e projetos de jornalismo jovem, redes sociais educativas, oficinas de audiovisual, produção de memes, análises de notícias, etc. Nesse último aspecto, a análise da mídia é um movimento crucial para assegurar o desenvolvimento da criticidade e a produção textual com intencionalidade narrativa.
A proposta da presença de um educomunicador na escola tem a finalidade de promover o enlace entre os educadores e os educandos na direção de se repensar o papel da Educação no contexto de expansão incontrolável e sem contenção, da cultura digital. Aqui tratando-se da Educação 4.0, que evidencia o advento da Quarta Revolução Industrial, apresentada Klaus Schwab em seu livro homônimo.
Nesse contexto supracitado, as telas são uma constante no cotidiano de crianças e de jovens, de forma indiscriminada e sem que recebam a devida e necessária orientação de como bem utilizá-las. Por isso a urgência da união da comunicação e da educação no ambiente escolar.
Os ambientes de construção da aprendizagem na era digital devem ofertar aos estudantes a premissa da co-participação no apreender o conhecimento, que convoca o compartilhamento em redes de solidariedade. Nesse delineamento, o educador advém como um facilitador. E o modelo de aprendizagem convoca a busca por compreender os meandros da comunicação para melhor selecionar, processar, compreender, difundir e compartilhar os conteúdos. Essa é a função de um educomunicador em sintonia com os educadores nas escolas.