
Por trás de cada produto vendido na loja temporária da Associação dos Amigos dos Autistas do Espírito Santo (Amaes), há uma história de força, superação e amor.
Mães atípicas que muitas vezes precisaram abrir mão da própria carreira para se dedicar integralmente aos filhos, e voluntários se dedicaram ao trabalho no espaço cedido no Shopping Vitória.
O grupo encontrou no local a chance concreta de geração de renda e autonomia. Com habilidades artesanais, algumas mães de autistas atendidos pela instituição produziram peças para vender no espaço.
“Cada venda é mais do que um valor. É um reconhecimento do nosso trabalho, da nossa luta e da nossa existência. A loja ArtesAmaes é muito mais que uma questão financeira. Ela nos traz a sensação de pertencimento, que a maternidade atípica por vezes rouba de nós. Quando estamos lá, atuamos por uma causa e também pela associação. É um sentimento de gratidão“, destacou Edna Vianna, mãe de autista e uma das voluntárias da loja.
Além de fortalecer a autoestima e a cidadania dessas mulheres, o dinheiro arrecadado com os produtos também ajuda a manter os serviços oferecidos na Amaes no Espírito Santo.
Loja da Amaes tem recorde de vendas
A edição de 2025 da loja temporária funcionou entre 27 de março e 25 de abril. Foram vendidos 1.737 produtos, somando R$ 57 mil em arrecadação. O valor vai ajudar mais de 1,3 autistas e suas famílias atendidas pelas seis unidades da Ames.
“A loja é um lugar de informação, que traz visibilidade não só para o trabalho da associação, mas para a própria pessoa com deficiência. Muitos encontram ali produtos que não acham no mercado comum“, frisou a presidente da Ames, Pollyana Paraguassu.
Edna afirma que, para ela e o filho Rodrigo, de 21 anos, a associação é um espaço de amparo e sociabilidade. “É o único lugar que ele aceita frequentar. Ele se sente em casa. Os profissionais vão além dos atendimentos, eles aprendem a amar”, destacou.
No espaço, foram vendidos entre camisas oficiais da caminhada de abril, que marca o mês da conscientização do autismo, abafadores de ruído, cordões de identificação, bottons e outros itens.
Neste ano, a loja também recebeu doações simbólicas, como os bonecos Amigurumis confeccionados por internos do Presídio de Máxima 1 em ressocialização.