Cotidiano

Estudo genético revela composição do DNA da população capixaba

Pesquisa aponta predominância europeia na ancestralidade do Espírito Santo, seguida por origens africanas e indígenas

Estudo sobre genética dos capixabas
Foto: Reprodução/TV Vitória

Você sabe de onde vêm as suas raízes? Um estudo realizado pela Universidade de São Paulo (USP), por meio do projeto DNA do Brasil, revelou a composição genética média da população do Espírito Santo.

Segundo a pesquisa, pessoas nascidas no Estado possuem, em média, 58,22% de ancestralidade europeia, 30,49% africana e 11,29% indígena. Os dados do Espírito Santo são semelhantes aos da média nacional, que apresenta 60% de ancestralidade europeia, 27% africana e 13% indígena.

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DNA no Espírito Santo

  • 58,22% Europeia
  • 30,49% Africana
  • 11,29% Indígena

DNA no Brasil

  • 60% Europeia
  • 27% Africana
  • 13% Indígena

Outro ponto identificado pela pesquisa é a diferença na transmissão genética por sexo, mostrando que quase 80% do DNA europeu foi herdado por linhagem masculina, enquanto os genes africanos e indígenas foram majoritariamente transmitidos por linhagem feminina.

Tiago Camilo
Historiador Tiago Camilo. Foto: Reprodução/TV Vitória

Esses dados refletem aspectos históricos da formação populacional do Brasil, como explica o historiador Tiago Camilo.

Essa miscigenação foi feita com base em uma violência de gênero. Ela não se dá pacificamente. É claro que existiram relações amistosas, mas, no geral, houve um domínio nos homens brancos sobre as mulheres indígenas e de origem africana, afirma Tiago.

Presença italiana no Espírito Santo

No caso do Espírito Santo, o destaque está na forte presença da imigração italiana, especialmente em municípios da região serrana. Essa origem, além de genética, permanece viva em costumes familiares e na cultura local.

O engenheiro Cristiano Bernabé e a esposa Arelise Scaramuzza mantêm tradições herdadas de seus antepassados italianos. Para Cristiano, esse vínculo é valorizado no cotidiano da família.

A gente tenta sempre transmitir para os nossos filhos a cultura italiana, que a gente valoriza muito por ser um povo bem festeiro e, ao mesmo tempo, um povo bem religioso. Então, a gente tenta passar isso para os nossos filhos, para que isso não se perca, disse Cristiano.

Família com genética italiana
Foto: Reprodução/TV Vitória

Pesquisa tem implicações na área da saúde

A pesquisa utilizou dados genéticos de mais de 2.400 voluntários, incluindo moradores do Espírito Santo. Ao todo, foram identificadas mais de 8 milhões de variações genéticas, o que reforça a grande diversidade do povo brasileiro.

Segundo a pesquisadora Lygia Pereira Carramaschi, que coordena o projeto DNA do Brasil, os resultados também podem contribuir para avanços na medicina preventiva.

Começar a incluir a população brasileira em medicina de precisão. A medida em que a gente for conhecendo quais variações genéticas estão associadas as características da nossa saúde, a gente vai poder fazer uma medicina melhor, disse a pesquisadora.

*Com informações do repórter Alex Pandini, da TV Vitória/Record