
O Folha Vitória conquistou os 1º e 3º lugares na categoria Webjornalismo/Impresso da 7ª edição do Prêmio da Associação dos Defensores Públicos do Estado do Espírito Santo (Adepes).
A premiação foi entregue nesta sexta-feira (05) e teve como ganhadoras as reportagens Violência contra a mulher: alunos do ES aprendem a identificar abusos, escrita pela jornalista Julia Camim, e “Nascer entre grades”: a realidade de mães e bebês em presídios do ES, escrita pelas jornalistas Maria Clara Rocha de Mello Leitão e Leiri Santana.

1º lugar
A matéria de Julia Camim trata sobre o projeto Defensoria DELAS nas Escolas, desenvolvido pela Coordenação de Promoção e Defesa dos Direitos das Mulheres da Defensoria Pública do Estado, que leva conhecimentos sobre violência doméstica e familiar, e até sobre o machismo e patriarcado, às escolas capixabas para promover a educação em direitos, prevista na Lei Maria da Penha.
A iniciativa é considerada urgente, visto que em 2024, o Espírito Santo registrou 39 feminicídios e 1.532 mulheres estupradas. Camim destaca essa emergência em discutir o tema.
Foi importante ganhar, principalmente nessa semana, que vimos vários casos de feminicídio e violência contra a mulher. Educação, medidas socioeducativas e projetos como esse são as formas que temos para combater essas questões de violência.
Julia Camin, jornalista do Folha Vitória

Ela também destaca o processo de produção da matéria, quando ela foi até escolas e viu na prática como o projeto funciona.
“É um projeto muito importante, que realmente faz a diferença”, destaca.
3º lugar
A reportagem que ficou em 3º lugar na categoria é a escrita pelas jornalistas Maria Clara Rocha Mello Leitão e Leiri Santana.
A matéria conta a história de mulheres que viveram a maternidade dentro do Centro Prisional Feminino de Cariacica. Gestantes ou lactantes e bebês de até seis meses têm um espaço separado das celas comuns, com berços, brinquedos e ambientação mais acolhedora, para garantir os cuidados essenciais nessa fase da vida.
Os bebês, após seis meses, se despedem das mães e seguem para o convívio familiar. A reportagem mostra como esse processo é marcado por cuidado, escuta e disciplina, para garantir dignidade para as mães e para os bebês.
De acordo com Leiri Santana, é de extrema importância ganhar um prêmio com uma reportagem que destaca um tema tão delicado e marginalizado, como a qualidade de vida de detentas e dos filhos.
Queríamos destacar isso não só como medida social, mas também como uma questão de saúde, porque essas mulheres e crianças merecem respeito, dignidade e uma segunda chance. Meu papel como jornalista é fazer a sociedade enxergar essas pessoas. Principalmente como jornalista mulher, é muito importante contar a história de mulheres que merecem um lugar no mundo.
Leiri Santana, jornalista do Folha Vitória

Maria Clara também destacou a importância de trazer dignidade e respeito para o sistema prisional.
A premiação é muito gratificante por se tratar de um tema não tão explorado tanto na sociedade quanto no nosso cotidiano como jornalista. Com essa matéria, conseguimos destacar essas mães e crianças que independente do crime cometido merecem dignidade, saúde e respeito no sistema prisional.
Maria Clara Rocha Mello Leitão, jornalista do Folha Vitória
*Texto sob a supervisão da editora Erika Santos