Especial Dia das Mães

"Minha mãe é bombeira": Capitã Andresa ensina primeiros socorros com a filha e viraliza

Capitã do Corpo de Bombeiros do Espírito Santo ensina primeiros socorros com a filha e vira referência nas redes sociais

Foto: Arquivo Pessoal
Foto: Arquivo Pessoal

É no gesto firme de quem sabe o que fazer diante de um engasgo, de um incêndio ou de um acidente doméstico, que Carla Andresa Nascimento Silva, de 38 anos, mais conhecida como Capitã Andresa do corpo de Bombeiros Militar do Espírito Santo, cumpre uma de suas maiores missões: proteger vidas.

Mas, entre uma instrução técnica e outra, muitas delas em vídeos que viralizam nas redes sociais, a capitã também revela outra face de sua atuação: a de ser mãe da pequena Elis da Silva dos Santos, de apenas 5 anos. E é justamente essa combinação de farda e afeto que torna sua história ainda mais especial.

A gente aprende a ser mãe, da nossa maneira, do nosso jeito. Então, acho que os desafios são diários.

Foto: Arquivo Pessoal

Com mais de 117 mil seguidores no Instagram, a bombeira se tornou uma referência para quem busca informações sobre primeiros socorros e segurança no lar. Seus vídeos já ensinaram milhares de pessoas a reagir diante de emergências, inclusive, salvaram vidas.

Em um dos conteúdos mais marcantes, ela ensina a manobra de Heimlich para bebês com a ajuda de sua filha. A menina vira uma mini-instrutora, com brilho nos olhos e o mesmo senso de responsabilidade da mãe.

Ela se diverte, mas leva a sério. Gosta de participar, pede para aparecer nos vídeos, quer falar com os seguidores. Ela é uma criança muito alegre, muito expressiva.

Missão e rotina mais desafiadora

Foto: Arquivo Pessoal

A capitã já passou por cursos exigentes: combate a incêndio, atendimento pré-hospitalar, três anos de formação para se tornar oficial. Mas nenhum deles se compara à maternidade, segundo ela.

É o curso operacional mais difícil que eu já fiz na vida. E mais longo. É um desafio diário. A gente não nasce mãe. A gente aprende a ser mãe do nosso jeito, na nossa realidade.

A rotina, claro, é intensa. Além das funções como capitã, Andresa é gerente na Secretaria da Segurança Pública (Sesp), é mestra em Gestão Pública e também farmacêutica. Para dar conta de tudo, conta com o apoio da rede familiar: marido, pai, sogros.

“Com o apoio mútuo, a gente consegue ir adequando as rotinas, encaixando as tarefas. Tem dia que é loucura, mas a gente vai”, diz.

Foto: Arquivo Pessoal

Inspirando mães nas redes sociais

É nas redes sociais que a capitã percebe o alcance do que faz. Muitos dos seus seguidores são mulheres e mães que buscam aprender, se proteger e cuidar melhor de seus filhos. E a responsabilidade de ser essa referência não passa despercebida.

Recebo muitas mensagens de agradecimento. Já teve mãe que me marcou em vídeo dizendo que salvou a filha depois de assistir o meu conteúdo. A internet tem esse poder que a gente não consegue medir. Às vezes é uma dica simples, mas que pode fazer toda a diferença entre a vida e a morte.

Além da função educativa, Andresa também representa algo maior: a presença feminina na segurança pública.

“Eu não tinha referência nenhuma quando decidi fazer concurso para o Corpo de Bombeiros. Vi no jornal. Hoje, meninas me mandam mensagem perguntando como faz para ser bombeira. Isso me emociona.”

‘Minha mãe é bombeira’: filha quer seguir a profissão da mãe

Foto: Arquivo Pessoal

A filha, mesmo pequena, já entende a importância do trabalho da mãe. “Ela fala com orgulho. Diz para os amiguinhos: ‘Minha mãe é bombeira!’ E também diz que quer ser bombeira, policial… tudo junto. Acho lindo.”

E o que ela deseja deixar como legado para essa menina tão cheia de vida? “Quero ensinar a honestidade, a persistência, a resiliência. E, principalmente, a gratidão. Toda noite, a gente conversa sobre isso. Mesmo as coisas que não deram certo têm um propósito. A gente precisa ser grato.”

Foto: Arquivo Pessoal

Para as mães que sonham, a capitã deixa um recado…

A trajetória da Capitã Andresa é também um recado: é possível ser mãe e seguir seus sonhos. Às mulheres que desejam uma carreira na segurança pública, mas sentem medo, ela aconselha:

Obstáculos sempre vão existir. A maternidade será apenas um deles. Mas se for o seu sonho, vá atrás. Não deixe ninguém, nem você mesma, te convencer de que é impossível. Com dedicação, foco e apoio, a gente consegue. E o filho, mais tarde, vai se orgulhar de quem você é.

Foto: Arquivo Pessoal

Carlos Raul Rodrigues, estagiário do Folha Vitória
Raul Rodrigues *

Estagiário

Jornalista em formação pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e atua como estagiário no Jornal Folha Vitória

Jornalista em formação pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e atua como estagiário no Jornal Folha Vitória