O que é comunicação territorial e por que estados investem nisso. Em um mundo cada vez mais competitivo por investimentos, talentos e reconhecimento, estados e regiões descobrem que não basta apenas ter bons indicadores econômicos ou sociais, é preciso saber comunicá-los.
A comunicação territorial surge como uma estratégia para construir e posicionar a imagem de um território, transformando dados e conquistas em narrativas atrativas que dialoguem com diferentes públicos.
Mais do que simples marketing governamental, a comunicação territorial é um conjunto de ações que visa criar uma percepção positiva sobre um estado ou região:
“ES está entre os cinco estados mais acolhedores do Brasil em 2025”
Ela envolve desde a construção de uma identidade visual até a elaboração de uma narrativa que destaca os diferenciais competitivos do território.
Na construção da estratégia se faz necessário o embasamento em fatos e indicadores mensuráveis para proporcionar consistência.
“ES lidera crescimento na geração de empregos formais em abril”
No Espírito Santo, essa estratégia ganhou contornos mais claros nos últimos anos, frente a desafios como limitações geográficas, populacionais e legislações desfavoráveis relativas a incentivos fiscais, por exemplo.
Frases como “O ES nunca vai ser o maior estado, mas pode ser o melhor” não surgem por acaso. Elas destacam qualidades como eficiência na gestão, ambiente de negócios favorável e qualidade de vida.
Tranquilizam investidores nacionais e internacionais, empresas em busca de expansão e profissionais qualificados, criando uma narrativa positiva baseada em um plano com prazo e metas definidos.
“Plano ES 500 Anos propõe transformação do Estado até 2035”
Rankings e notas são acompanhados de perto, para, quando favoráveis, serem divulgados.
“ES conquista nota A+ do Tesouro Nacional pelo segundo ano seguido”
O associativismo com empresas e empresários cria uma rede que dá fôlego à estratégia.
“Único estado nota A desde a criação do ranking”
Esses indicadores são transformados em ferramentas de comunicação que reforçam a narrativa de um estado pequeno, mas bem administrado e atrativo para investimentos.
Um dos maiores desafios neste caso é a transformação de dados técnicos em narrativas acessíveis aos públicos e outro desafio está no timing da divulgação destas notícias positivas.
A construção da imagem demanda a participação de alguns agentes de propagação, começando com as redes institucionais bem elaboradas e atualizadas. A mídia local e nacional também exerce um papel importante.
Para que funcione, a estrutura de assessoria de comunicação precisa ser ágil e organizada, com um orçamento dedicado ao fim. Mas existem também outras ferramentas úteis, como a participação em feiras, eventos de negócios, missões econômicas e diplomáticas internacionais ou até parcerias com influenciadores.
Mas comunicação territorial vai além da simples divulgação de conquistas. Ela constrói uma marca que só se sustenta com bases sólidas de governança e planejamento estratégico.
O sucesso dessa estratégia depende da capacidade de transformar dados técnicos em mensagens que conectem com investidores, empresas, talentos e a própria sociedade, gerando orgulho.
Em um cenário de intensa competição entre territórios, a comunicação deixou de ser um complemento para se tornar ferramenta essencial na atração de investimentos e desenvolvimento econômico, mas por mais elementar que pareça, muitos estados e territórios ainda não dão devida atenção ao assunto.