Esta semana estive em Santander, na Espanha, participando do Global Youth Leadership Forum coordenando uma delegação de palestrantes brasileiros. O evento propõe debates sobre o papel e os desafios das jovens lideranças para o futuro do planeta.
Jovens e menos jovens vieram de diversas regiões do mundo com o intuito de fazer networking e discutir caminhos para colaborações internacionais.
Eventos como este são riquíssimos para networking, criam pontes entre culturas, mercados e ideias. Permitem conectar pessoalmente visando gerar parcerias e novos projetos. Enriquecem o repertório ao ouvir soluções para problemas globais sob óticas culturais distintas.
Mas afinal, o que fazer para aproveitar ao máximo estes ambientes?
Durante os painéis, parlamentares, acadêmicos, representantes do Judiciário e do setor privado tentaram apresentar o que tinham de melhor para mostrar ao mundo. Os interesses variam, mas o objetivo final coincide: comunicar as pesquisas, os feitos, as militâncias.
Algo que parece óbvio, mas nem sempre tão simples.
Para que a mensagem chegue corretamente aos interlocutores, existem algumas diretrizes a serem seguidas.
Em primeiro lugar, deve-se ter clareza daquilo que se quer “vender”. Seja uma ideia, uma provocação, um feito. De preferência, limitar as informações. A vontade de expor muitas informações pode ser grande, mas elas não serão todas absorvidas. A repetição é necessária para fixação do público.
O segundo ponto a ser considerado é o público da plateia: faixa etária, nível de formação, interesses, entre outros. Quem pensa que pode falar da mesma maneira para qualquer público não será compreendido. E quem não é compreendido não é lembrado.
O terceiro aspecto é compreender a diferença entre informar e engajar. Em contextos de liderança jovem, não basta somente transmitir dados e feitos. É preciso criar conexão, despertar emoções, mobilizar.
Os palestrantes que mais se destacaram no GYLF foram aqueles que conseguiram trazer emoção para a plateia. Mais provável se mover por propósito que por número.
Por último, mas não menos importante, está o poder das histórias pessoais. Criar uma narrativa com história. Quando um palestrante compartilha sua trajetória, suas dificuldades, suas vitórias, ele está construindo uma identificação. Faz pensar o interlocutor, “se ela conseguiu, eu também posso”.
Volto do GYLF com a certeza de que se destacam aqueles que se comunicam bem. Aqueles que sabem o que querem dizer, para quem estão falando, e como estão falando. Comunicar é conectar.