Os presos que cursam o 1º ano do ensino médio no Centro de Detenção Provisória de Viana 2 estão produzindo poemas autorais que revelam emoções, reflexões e experiências vividas por eles.
As poesias são feitas em sala de aula, durante as aulas da disciplina de Língua Portuguesa. Ao todo, 100 obras estão sendo criadas e serão expostas na unidade prisional como trabalho pedagógico.
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Segundo a Secretaria de Justiça do Espírito Santo (Sejus), a atividade une literatura, expressão pessoal e interpretação de texto e busca incentivar o protagonismo estudantil e valorizar a escrita criativa.
Presos escrevem poemas: estímulo à criatividade
A professora de Língua Portuguesa, Sonia Maria Tirré Araújo, explicou que a proposta trabalhada em sala de aula incentiva a criatividade dos detentos.
Além da estrutura textual do gênero poesia, a iniciativa propõe aos estudantes uma reflexão sobre o passado, o presente e o futuro, usando a criatividade. A poesia é uma poderosa ferramenta pedagógica, um meio de dar voz aos jovens e uma forma de estímulo ao pensamento e à mudança com o uso das palavras.
“Participar desse projeto tem sido muito importante para mim. É um momento em que consigo lembrar da minha família, dos bons momentos que vivi antes de tudo isso acontecer. Cada atividade me faz refletir sobre quem eu sou e quem eu quero ser”, disse um dos detentos que fazem parte da iniciativa.
Estudante diz que oportunidade é um recomeço
O estudante ainda valorizou a oportunidade de recomeço que o projeto oferece para os presos.
Aqui, nós temos a chance de mostrar que estamos levando a sério essa oportunidade de estudar, de aprender coisas novas e, principalmente, de mudar. Me fez enxergar que, mesmo depois da prisão, ainda existe um caminho diferente, uma nova chance de construir uma vida melhor”.
As poesias ficarão expostas na unidade prisional, na área de visitação das famílias, até o dia 30 de julho.
Educação formal para detentos
A Sejus e a Secretaria da Educação (Sedu) oferecem educação formal dentro do sistema prisional do Estado, com cerca de seis mil detentos matriculados.
Nos Centros de Detenção Provisória (CDPs) são 511 estudantes, totalizando 40 turmas nos ensinos fundamental e médio na modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA).
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