
Quem atua na área da saúde está sempre cuidando do próximo, em hospitais, postos de
saúde, laboratórios e clínicas. Mas quando chega a hora de cuidar de si mesmo e buscar a
aposentadoria, surgem muitas dúvidas. Uma das principais é sobre a aposentadoria especial.
Esse tipo de aposentadoria foi criado para proteger quem trabalha em atividades de risco à
saúde ou à integridade física, como é o caso de muitos profissionais da saúde expostos a
agentes biológicos, como vírus, bactérias, sangue contaminado e secreções, de forma
contínua.
Antes e depois da Reforma
Antes da Reforma da Previdência (EC 103/2019), quem comprovasse 25 anos de atividade
especial podia se aposentar sem idade mínima, com cálculo mais vantajoso e sem a aplicação de redutores no valor do benefício.
Com a reforma, as regras mudaram bastante. Para quem começou a contribuir após 13 de
novembro de 2019, passou a valer a exigência de idade mínima de 60 anos, mesmo com os 25 anos de trabalho especial. E o que muitos não sabem é que o novo cálculo do benefício ficou significativamente pior.
Hoje, calcula-se a média de 100% dos salários de contribuição, sem descartar os 20% menores
(como era antes). Isso reduz bastante o valor final do benefício. Além disso, há aplicação de
percentual sobre essa média, o que pode reduzir ainda mais a renda mensal da aposentadoria.
Os valores variam muito e você precisa estar bem orientado
Por isso, cada caso deve ser analisado individualmente. A regra que vale para um colega seu
pode não ser a melhor para você. É fundamental buscar orientação de um advogado
especialista em Direito Previdenciário, que possa comparar as regras antigas, as regras de
transição e as novas regras, verificando qual é mais vantajosa no seu caso.
Muitos profissionais da saúde têm direito adquirido ou podem se aposentar por outras
modalidades que oferecem valores melhores e requisitos mais acessíveis. Mas sem o estudo
correto, esse direito pode ser perdido ou mal aproveitado.
A importância do planejamento previdenciário
Seja para quem está perto de se aposentar, seja para quem ainda tem um bom caminho pela
frente, o planejamento previdenciário é uma ferramenta indispensável. Ele permite enxergar com clareza quando e como se aposentar da forma mais vantajosa possível.
Ao analisar seus vínculos, documentos, tempo de contribuição e a natureza da sua atividade
profissional, é possível traçar estratégias que evitam perdas, antecipam direitos e maximizam
o valor do benefício.
Muita gente pensa que planejar só faz sentido na véspera da aposentadoria, mas isso é um
equívoco. Quanto mais cedo o planejamento for feito, maiores são as chances de fazer
escolhas conscientes e evitar prejuízos irreversíveis.
A previdência é um direito, mas também exige informação, atenção e decisão no momento
certo. E é justamente isso que o planejamento oferece: segurança, clareza e controle sobre o
futuro.
Minha visão como especialista
Na minha experiência, vejo muitos profissionais da saúde com tempo especial suficiente, mas que não têm clareza sobre as regras, os documentos necessários ou o impacto das mudanças na lei. A reforma trouxe obstáculos, mas também caminhos e cada segurado precisa entender o seu.
O grande risco é tentar se aposentar sem orientação adequada e acabar escolhendo a regra
errada, perdendo valores importantes ou até tendo o benefício negado. O INSS não avisa qual
é a melhor opção. Por isso, contar com um advogado especialista em Direito Previdenciário faz toda a diferença.
Uma escolha mal feita hoje pode significar anos a mais de trabalho ou uma aposentadoria com valores muito abaixo do que você realmente teria direito. Previdência não permite “tentativas”: é preciso fazer certo, e fazer com segurança.