Quase 4 mil pacotes de biscoitos da marca Wheyviv foram retirados do mercado no Espírito Santo por valor nutricional enganoso divulgado nos rótulos. Além disso, a venda dos produtos está proibida no Estado.
Os biscoitos foram retirados das prateleiras após uma operação da Polícia Civil em parceria com o Procon Estadual e da Comissão de Defesa do Consumidor da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales).
A operação passou por 12 estabelecimentos comerciais em Vitória e Vila Velha para fazer o recolhimento dos produtos. Os biscoitos já haviam passado por análise do Laboratório Central do Estado.
Segundo o delegado Eduardo Passamani, todos os produtos apreendidos passarão por uma nova análise.
“Havia denúncias de que esses produtos não tinham quantidade de proteína que deveria ter nas embalagens, então o fabricante colocava uma quantidade, quando na verdade não estava entregando isso. A polícia fez o recolhimento de vários pacotes e unidades e fez a solicitação de uma análise”, disse.
Propaganda enganosa
Segundo o deputado estadual Vandinho Leite, da comissão de Defesa do Consumidor da Ales, eram vendidos com informações nutricionais muito acima do real.
Alguns pacotes chegavam a afirmar que havia 19 gramas de proteína nos biscoitos, mas análises apontaram que se tratava da metade desta quantidade.
Além de enganar o consumidor, isso fazia com que o comprador gastasse mais dinheiro, pois os pacotes podiam chegar a quase R$ 13.
“As pessoas hoje pagam caro por esses produtos para fazer um controle nutricional e, infelizmente, descobrimos mais uma grande fraude nesse mercado fitness”, afirmou o deputado.
A fábrica dos biscoitos fica no Rio de Janeiro, mas representantes não quiseram comentar o caso.
A diretora-geral do Procon Estadual, Letícia Coelho, informou que a comercialização dos biscoitos está proibida no Estado e comerciantes que insistirem na venda podem ser punidos.
“No momento os estabelecimentos que comercializavam não estão respondendo nesse procedimento, mas se insistirem e mantiverem a comercialização, aí sim passam a responder”, informou.
Riscos ao consumidor
A nutricionista Vanessa Zani explicou que produtos alimentícios são adulterados para diminuir o preço de produção. Neste momento podem ser adicionados itens que farão mal a quem consumir determinado produto.
“Toda vez que um alimento é adulterado é sempre para minimizar o preço de produção, e nessa hora vale tudo, desde açúcares e gorduras não informados no rótulo, e podendo haver compostos que podem afetar negativamente a saúde do consumidor”, explica.
*Com informações da repórter Daniela Valdetaro, da TV Vitória/Record