Cotidiano

Quase 4 mil pessoas foram picadas por escorpiões no ES neste ano

Uma destas ocorrências aconteceu na terça-feira (23), quando uma criança foi picada por um escorpião em uma creche de Ibiraçu

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Quase 4 mil pessoas foram picadas por escorpiões no ES neste ano

Acidentes com animais peçonhentos no Espírito Santo tiveram um aumento de 17,92% no período entre janeiro e agosto de 2025 em comparação com o mesmo período do ano passado. As informações são do Centro de Assistência e Informação Toxicológica (Ciatox – ES).

Deste total, o maior número de acidentes ocorreu com escorpiões. Durante os oito primeiros meses do ano, 3.945 pessoas foram picadas por um escorpião no Espírito Santo, contra 3.065 em 2024, um aumento de 28,71%.

Uma destas ocorrências aconteceu ainda nesta semana. Na terça-feira (23), uma criança foi picada por um escorpião na Creche Municipal Cachinho de Ouro, em Ibiraçu, região Norte do Estado, o que fez com que a unidade precisasse ser fechada.

No dia seguinte, a creche passou por uma varredura em todos os cômodos, inclusive em terrenos próximos à unidade, onde outro escorpião foi encontrado, o que motivou a suspensão das aulas até a próxima sexta-feira (26).

Iniciativas de prevenção

Os acidentes foram tema da Semana Estadual de Conscientização sobre Acidentes por Animais Peçonhentos, que teve início no dia 15 deste mês.

A campanha foi realizada pela Secretaria da Saúde (Sesa), por meio do Núcleo Estadual de Prevenção e Atenção às Intoxicações (NEPAINT) e trazia alertas sobre as formas de prevenção de acidentes escorpiões, serpentes e aranhas.

A ideia era preparar profissionais de saúde para atendimento adequado e alertar a população sobre acidentes e contou com palestras, oficinas e exposições educativas em municípios diferentes.

Para a chefe de núcleo do NEPAINT, Joanina Bicalho Valli, a campanha teve papel estratégico.

“A conscientização e a prevenção são cruciais para reduzir o número de acidentes e mortes. Nosso compromisso é ampliar a informação para a população e apoiar a rede de saúde para que o atendimento seja cada vez mais ágil e eficiente, fortalecendo um compromisso que o Brasil assumiu com a Organização Mundial da Saúde”, afirmou.

De acordo com a Sesa, a meta global da Organização Mundial da Saúde (OMS) é reduzir em 10% os acidentes e a diminuição de 50% da mortalidade e sequelas permanentes até o ano de 2030.

O médico do Programa Estadual de Vigilância e Controle com Acidentes por Animais Peçonhentos, Nixon Souza Sesse afirma que o programa tem articulado com setores da saúde o planejamento para que a meta seja cumprida.

“A participação de setores afins à saúde é fundamental nesse processo, como secretarias de obras, de meio ambiente e da educação, além de representantes da sociedade civil”, disse.

Diminuição de casos com outros animais

Apesar do aumento de acidentes com escorpiões, os casos envolvendo serpentes e aranhas tiveram diminuição significativa.

De acordo com o Ciatox-ES, foram registrados 479 casos de mordidas de cobras, contra 494 no ano passado, uma redução de 3.04%.

Já com aranhas foram 346 acidentes em 2025, contra 424 no ano passado, uma diminuição de 18,4%.

Onde procurar ajuda

Sobre o caso de Ibiraçu, a Sesa informou que  o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox-ES) foi notificado em relação ao caso da criança e prestou as orientações necessárias.

“O Ciatox-ES ressalta que, em caso de acidente com algum animal peçonhento, a vítima deve procurar imediatamente a unidade de saúde mais próxima para avaliação médica. Para os casos que necessitam de soro antiveneno, o Estado conta com uma rede de serviços de saúde com estoque do imunobiológico, como pode ser conferido na página do CIATox-EShttps://shre.ink/soroantiveneno“, explica.

Também é possível fazer contato com o CIATox-ES pelo telefone 0800 283 9904. A ligação é gratuita e o serviço funciona 24 horas todos os dias.

Guilherme Lage, repórter do Folha Vitória
Guilherme Lage

Repórter

Formado em Jornalismo, é repórter do Folha Vitória desde 2023. Amante de música e cinema.

Formado em Jornalismo, é repórter do Folha Vitória desde 2023. Amante de música e cinema.