Cotidiano

Revista científica premia as melhores fotos de pesquisadores em campo

Revista Nature premiou as seis melhores fotos de pesquisadores em campo no concurso de fotografia Cientista em Ação; veja vencedores

Foto tirada na Noruega venceu o concurso de fotografia Cientista em Ação da revista Nature. Foto: Emma Vogel/ Divulgação Nature
Foto tirada na Noruega venceu o concurso de fotografia Cientista em Ação da revista Nature. Foto: Emma Vogel/ Divulgação Nature

A revista científica Nature divulgou nesta terça-feira (13) os vencedores do concurso de fotografia Cientista em Ação, de 2025, no qual são premiadas as melhores imagens de pesquisadores em campo. Foram mais de 200 inscrições de acadêmicos de diversos lugares do mundo.

A seleção das seis primeiras colocadas foi feita por um júri da Nature, que inclui cinco editores de mídia e arte da revista. Cada vencedor recebe um prêmio de 500 libras esterlinas (o que corresponde a 670 dólares, ou R$ 3.734,25 na cotação desta terça), além de uma assinatura anual da revista científica impressa e online.

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1º lugar

A primeira colocação ficou com a foto que exibe o biólogo Audun Rikardsen em um barco nos fiordes do norte da Noruega. A foto foi tirada em uma manhã de novembro de 2020, por Emma Vogel, então aluna de doutorado do cientista.

O registro foi feito quando a dupla, que estuda os movimentos de baleias (padrões de subida, comportamento e profundidade de mergulhos), navegava perto de embarcações pesqueiras norueguesas, que acabavam provocando a concentração de arenques perto dos barcos – como consequência, os peixes atraíam jubartes e orcas também.

Da foto, a revista destacou o contraste da baixa luminosidade do céu com a fonte de luz vinda da embarcação pesqueira, as gaivotas espalhadas por todo o horizonte, sobrevoando os pesquisadores, e também a presença (ao fundo) de uma orca captada e “emoldurada” pela grade do barco de onde a fotografia foi tirada.

Foto vencedora mostra gaivotas e uma orca na grade da embarcação do biólogo Audun Rikardsen. Foto: Emma Vogel/ Divulgação Nature

2º lugar

A foto que ficou na segunda colocação foi feita pelo estudante de doutorado Ryan Wagner, da Washington State University Vancouver, que fotografou a bióloga Kate Belleville na Floresta Nacional de Lassen, no norte da Califórnia, nos Estados Unidos. Belleville é cientista ambiental no Departamento de Pesca e Vida Selvagem da Califórnia.

A foto foi tirada em setembro de 2024, enquanto ela banhava um grupo de filhotes de rã em uma solução antifúngica.

O produto é usado para matar o fungo quitrídio (Batrachochytrium dendrobatidis), que vem sendo responsável pelo declínio das espécies de anfíbios em todo o mundo, segundo a Nature. Após o banho de solução e o registro fotográfico, os filhotes foram soltos na natureza.

Foto que ficou em segundo lugar, mostrando a bióloga Kate Belleville banhando filhotes de rãs. Foto: Ryan Wagner/ Divulgação Nature

3º lugar

A foto que ficou na terceira colocação também foi feita na Noruega. A técnica de pesquisa Dagmara Wojtanowicz registrou, no arquipélago norueguês de Svalbard, um núcleo de gelo sendo perfurado pelo geobiólogo James Bradley (do Instituto Mediterrâneo de Oceanografia, em Marselha, França) e pela microbiologista Catherine Larose (do Instituto de Geociências Ambientais, em Grenoble, França).

A dupla investigava como micróbios e outras formas de vida no gelo sobrevivem e se adaptam à escuridão e ao frio da noite polar. Chama a atenção também o momento em que o registro foi feito.

A imagem foi captada durante o dia, em dezembro de 2020. Em Salbard, neste período, o sol permanece pelo menos 6° abaixo do horizonte entre meados de novembro e o final de janeiro, explicou a Nature.

Terceiro lugar mostra pesquisadores perfurando gelo na Noruega. Foto:

4º lugar

Outra imagem premiada pela Nature foi feita por Lionel Favre, do Instituto Federal Suíço de Tecnologia em Lausanne, no topo do Monte Helmos, na Grécia.

Favre e seus colegas estavam em campo para compreender melhor a formação de nuvens sobre a Europa, em um projeto de pesquisa (CleanCloud) subsidiado pelo programa de financiamento de pesquisa e inovação da União Europeia.

Para fazer o registro Favre e os demais pesquisadores tiveram de esperar quase um mês para que as nuvens se formassem em condições de serem estudadas.

“Tivemos algumas nuvens se formando em algum momento, mas bem no final do projeto. Então, fomos (ao topo do monte) antes do nascer do sol para capturar as nuvens. Ficamos o dia todo, voando o balão (meteorológico) o tempo todo”, disse o autor da foto à Nature.

Quarta colocada mostra pesquisadores estudando formação de nuvens na Grécia. Foto: Lionel Favre/ Divulgação Nature

5º lugar

A foto que ficou em quinto na premiação foi tirada pelo estudante de PhD Jiayi Wang, que trabalha com o geólogo economista Hao-Cheng Yu, da Universidade de Geociências da China, em Pequim.

Segundo a Nature, os geólogos atuavam em áreas isoladas no leste da Sibéria na época em que a foto foi tirada, onde ocasionalmente o céu pode ficar bastante iluminado pelas estrelas. O frio e o local isolado exige que a equipe tenha habilidades de sobrevivência avançadas.

O registro mostra Yu voltando para sua cabine após um dia de trabalho desenvolvendo perfis geológicos em áreas localizadas próximas a depósitos de ouro na Sibéria. O pesquisador aparece envolto de uma fogueira dentro da cabine e que sobe através da chaminé.

Quinto lugar mostra o geólogo Hao-Cheng Yu após um dia de mapeamento em depósitos de ouro. Foto: Jiayi Wang/ Divulgação Nature

6º lugar

A sexta foto e última entre as finalistas premiadas foi tirada por Aman Chokshi, então estudante de PhD na Universidade de Melbourne, na Austrália. Atualmente, ele é pós-doutor na Universidade de Mcgill, em Montreal, no Canadá.

A foto foi tirada em uma estação de pesquisa dos Estados Unidos na Antártida, onde o pesquisador ficou por 14 meses. O retrato mostra Chokshi junto com o colega Allen Foster, também estudante de PhD, em cima de um telescópio, com a aurora austral (equivalente à aurora boreal no Polo Sul) ao fundo.

De acordo com a Nature, os dois precisaram caminhar por um quilômetro expostos a temperaturas entre −50 °C e −70 °C durante todos os dias, para limpar a neve que caía sobre o telescópio. Eles também precisavam engraxar o equipamento para continuar medindo a radiação das microondas cósmicas que provocam o efeito de luz no céu.

Sexta colocada mostra estudantes de PhD em um telescópio em uma base de pesquisa no Polo Sul. Foto: Aman Chokshi/ Divulgação Nature
Enzo Bicalho, estagiário do Folha Vitória
Enzo Bicalho Assis*

Estagiário

Cursando Jornalismo na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

Cursando Jornalismo na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).