Mobilidade

Rodoviários afirmam que não farão nova paralisação do Transcol

Após protesto por morte de rodoviário, sindicato garante normalização do sistema Transcol e descarta nova paralisação dos ônibus

Leitura: 3 Minutos
Rodoviários afirmam que não farão nova paralisação do Transcol Rodoviários afirmam que não farão nova paralisação do Transcol Rodoviários afirmam que não farão nova paralisação do Transcol Rodoviários afirmam que não farão nova paralisação do Transcol
Foto: Reprodução/ Instagram @Sindirodoviárioses
Foto: Reprodução/ Instagram @Sindirodoviárioses

O Sindicato dos Rodoviários do Espírito Santo (Sindirodoviários) informou que não haverá nova paralisação no sistema Transcol nesta terça-feira (11).

A manifestação realizada pelos trabalhadores do transporte na manhã desta terça-feira (10), segundo a entidade, foi um protesto pontual em resposta à morte do manobrista Clóvis Brás Júnior, de 34 anos, assassinado com 16 tiros, no final da tarde de segunda-feira (09), em Cariacica.

Por meio de nota, o sindicato esclareceu que toda a frota já voltou a circular e negou boatos sobre a possibilidade de novas paralisações.

Comunicamos que a paralisação do transporte rodoviário ocorrido na manhã de hoje, 10/06, foi um protesto pontual e já foi encerrado. Todo o serviço do sistema Transcol está operando. É falsa a notícia de que haverá uma nova paralisação hoje.

A paralisação impactou a rotina dos moradores da Grande Vitória, seja para ir ao trabalho, para aulas e também para aquelas pessoas com consultas médicas e atendimentos de saúde agendados. Diante da situação, as prefeituras de CariacicaVitória e Serra emitiram comunicados reforçando que os atendimentos perdidos serão remarcados.

Manobrista foi morto a tiros ao chegar para trabalhar e motivou paralisação

Foto: arquivo pessoal

Clóvis Brás Júnior foi assassinado ao chegar para o trabalho na garagem da empresa Santa Zita, no bairro São Francisco, em Cariacica.

De acordo com testemunhas, o manobrista havia estacionado o carro próximo à viação quando foi surpreendido por um criminoso armado. Ele foi atingido por vários disparos e morreu ainda no local.

A Polícia Civil trabalha com a hipótese de execução e já descartou a possibilidade de latrocínio, pois nenhum pertence da vítima foi levado. Segundo o delegado-geral da corporação, José Darcy Arruda, as equipes seguem realizando diligências para identificar a motivação e o autor do crime.

“A princípio, temos uma característica de execução, que pode ter várias motivações, desde do passional até material. O que podemos garantir é que, até o momento, não vemos ligação com o transporte coletivo. Foi um fato isolado”, explicou Arruda.

VEJA A ENTREVISTA COMPLETA:

O corpo de Clóvis foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) de Vitória.

Paralisação afetou passageiros na Grande Vitória

A morte do manobrista gerou indignação entre motoristas e cobradores, que decidiram paralisar as atividades ainda durante a madrugada desta segunda-feira (10).

Com isso, passageiros foram pegos de surpresa e enfrentaram longas filas nos terminais da Grande Vitória. Em alguns casos, a espera chegou a durar mais de três horas.

“Estou esperando a linha 572 desde às 10h. Estou aqui há mais de uma hora e nada. Estou indo para o trabalho, em Cariacica, mas perdi o dia inteiro de serviço”, relatou Rosimery Alves, passageira no Terminal de Laranjeiras, na Serra.

O presidente do Sindirodoviários, Marcos Alexandre, afirmou que o protesto foi uma resposta à violência sofrida pelos trabalhadores e cobrou mais segurança para a categoria.

“Enquanto tirarem sangue de um amigo nosso, vamos parar sim. Não podemos ver colegas nossos sendo mortos, porque a gente não está aqui para isso. Somos trabalhadores e pais de família”, declarou.

Secretário classificou paralisação como “irresponsável”

O secretário estadual de Mobilidade, Fábio Damasceno, criticou a atitude dos rodoviários e classificou a paralisação como “irresponsável”.

Não podemos ter esse tipo de atitude que prejudica a nossa população. São pessoas que precisam ir ao médico, precisam estudar, pessoas que vão perder o dia de trabalho. Isso não pode acontecer, disse.

Apesar dos transtornos, a circulação dos ônibus foi normalizada por volta das 8h, mas a regularização completa do sistema demorou horas para ser restabelecida.

A Polícia Civil segue ouvindo familiares e testemunhas para avançar na investigação e identificar os responsáveis pelo crime.

Carlos Raul Rodrigues, estagiário do Folha Vitória
Raul Rodrigues *

Estagiário

Jornalista em formação pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e atua como estagiário no Jornal Folha Vitória

Jornalista em formação pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e atua como estagiário no Jornal Folha Vitória