Mobilidade

Rodoviários afirmam que não farão nova paralisação do Transcol

Após protesto por morte de rodoviário, sindicato garante normalização do sistema Transcol e descarta nova paralisação dos ônibus

Foto: Reprodução/ Instagram @Sindirodoviárioses
Foto: Reprodução/ Instagram @Sindirodoviárioses

O Sindicato dos Rodoviários do Espírito Santo (Sindirodoviários) informou que não haverá nova paralisação no sistema Transcol nesta terça-feira (11).

A manifestação realizada pelos trabalhadores do transporte na manhã desta terça-feira (10), segundo a entidade, foi um protesto pontual em resposta à morte do manobrista Clóvis Brás Júnior, de 34 anos, assassinado com 16 tiros, no final da tarde de segunda-feira (09), em Cariacica.

Por meio de nota, o sindicato esclareceu que toda a frota já voltou a circular e negou boatos sobre a possibilidade de novas paralisações.

Comunicamos que a paralisação do transporte rodoviário ocorrido na manhã de hoje, 10/06, foi um protesto pontual e já foi encerrado. Todo o serviço do sistema Transcol está operando. É falsa a notícia de que haverá uma nova paralisação hoje.

A paralisação impactou a rotina dos moradores da Grande Vitória, seja para ir ao trabalho, para aulas e também para aquelas pessoas com consultas médicas e atendimentos de saúde agendados. Diante da situação, as prefeituras de CariacicaVitória e Serra emitiram comunicados reforçando que os atendimentos perdidos serão remarcados.

Manobrista foi morto a tiros ao chegar para trabalhar e motivou paralisação

Foto: arquivo pessoal

Clóvis Brás Júnior foi assassinado ao chegar para o trabalho na garagem da empresa Santa Zita, no bairro São Francisco, em Cariacica.

De acordo com testemunhas, o manobrista havia estacionado o carro próximo à viação quando foi surpreendido por um criminoso armado. Ele foi atingido por vários disparos e morreu ainda no local.

A Polícia Civil trabalha com a hipótese de execução e já descartou a possibilidade de latrocínio, pois nenhum pertence da vítima foi levado. Segundo o delegado-geral da corporação, José Darcy Arruda, as equipes seguem realizando diligências para identificar a motivação e o autor do crime.

“A princípio, temos uma característica de execução, que pode ter várias motivações, desde do passional até material. O que podemos garantir é que, até o momento, não vemos ligação com o transporte coletivo. Foi um fato isolado”, explicou Arruda.

VEJA A ENTREVISTA COMPLETA:

O corpo de Clóvis foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) de Vitória.

Paralisação afetou passageiros na Grande Vitória

A morte do manobrista gerou indignação entre motoristas e cobradores, que decidiram paralisar as atividades ainda durante a madrugada desta segunda-feira (10).

Com isso, passageiros foram pegos de surpresa e enfrentaram longas filas nos terminais da Grande Vitória. Em alguns casos, a espera chegou a durar mais de três horas.

“Estou esperando a linha 572 desde às 10h. Estou aqui há mais de uma hora e nada. Estou indo para o trabalho, em Cariacica, mas perdi o dia inteiro de serviço”, relatou Rosimery Alves, passageira no Terminal de Laranjeiras, na Serra.

O presidente do Sindirodoviários, Marcos Alexandre, afirmou que o protesto foi uma resposta à violência sofrida pelos trabalhadores e cobrou mais segurança para a categoria.

“Enquanto tirarem sangue de um amigo nosso, vamos parar sim. Não podemos ver colegas nossos sendo mortos, porque a gente não está aqui para isso. Somos trabalhadores e pais de família”, declarou.

Secretário classificou paralisação como “irresponsável”

O secretário estadual de Mobilidade, Fábio Damasceno, criticou a atitude dos rodoviários e classificou a paralisação como “irresponsável”.

Não podemos ter esse tipo de atitude que prejudica a nossa população. São pessoas que precisam ir ao médico, precisam estudar, pessoas que vão perder o dia de trabalho. Isso não pode acontecer, disse.

Apesar dos transtornos, a circulação dos ônibus foi normalizada por volta das 8h, mas a regularização completa do sistema demorou horas para ser restabelecida.

A Polícia Civil segue ouvindo familiares e testemunhas para avançar na investigação e identificar os responsáveis pelo crime.

Carlos Raul Rodrigues, estagiário do Folha Vitória
Raul Rodrigues *

Estagiário

Jornalista em formação pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e atua como estagiário no Jornal Folha Vitória

Jornalista em formação pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e atua como estagiário no Jornal Folha Vitória