
Sebastião Salgado, que morreu nesta sexta-feira (23), aos 81 anos, se emocionou ao falar, há dois meses, sobre o que considerou o dia mais feliz da vida e também sobre o momento de “quase morte” durante uma expedição na República Democrática do Congo.
Na ocasião, ao ser homenageado, pouco tempo antes da sua morte, no Centro Cultural Les Franciscaines, de Deauville na França, afirmou que “estar vivo é um privilégio enorme”.
O dia mais feliz da minha vida foi quando completei 80 anos. Simplesmente porque eu estava aqui, eu não estava morto.
Leia também:
> Relembre as fotos marcantes de Sebastião Salgado, que morreu aos 81 anos
> Morre Sebastião Salgado, o maior fotógrafo do Brasil
Além disso, na ocasião, Sebastião Salgado narrou o momento em que vivenciou a morte de quatro amigos fotógrafos em Goma, na República Democrática do Congo.
Quantos amigos perdi, quando estava em Goma [na República Democrática do Congo], durante os quatro anos em Goma. Nós éramos todos fotógrafos. Quatro fotógrafos foram assassinados, e eu estou aqui. Então, para mim, estar vivo com 80 anos é um privilégio enorme.
A exposição contou com seus trabalhos feitos na África entre 1984 e 1985, sobre os danos causados pela seca e pela fome no continente. Além deste, foram relembradas coleções de fotografias sobre imigração e a série Outras Américas, cujo foco é a América Latina.
Ele também relatou um pouco de sua experiência sobre as fotografias do proletariado e da classe trabalhadora.
“Fotografando trabalhadores, eu pude ver que uma outra maior revolução estava acontecendo […] Fui atrás dessa reorganização da família humana que estava acontecendo no mundo.”
Confira vídeo com a fala de Sebastião Salgado:
Veja a homenagem completa:
*Com informações do Estadão