Imagine ter alguém que organiza sua rotina, agenda consultas, gerencia compromissos, resolve tarefas pendentes e, ainda, consegue aquela reserva no restaurante mais disputado da cidade? Esse profissional existe hoje no mercado e, embora tenha começado na hotelaria de luxo, já faz parte do cotidiano de quem busca praticidade, bem-estar e experiências personalizadas: o concierge.
Em grandes centros como São Paulo, Rio de Janeiro, Nova York ou Londres, o concierge já se tornou um aliado indispensável. No Espírito Santo, ainda é uma novidade, mas começa a despertar o interesse de empreendimentos atentos às mudanças de comportamento do consumidor.
A expansão da cultura de conveniência
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Os números do segmento de luxo ajudam a dimensionar essa expansão. Mais de 12 milhões de usuários recorreram, a serviços de concierge pessoal ao redor do mundo, concentrados principalmente em grandes metrópoles.
Estudos indicam que 55% dos consumidores de alta renda já utilizaram esse tipo de serviço e que o mercado global movimentou cerca de US$ 1,05 bilhão em 2024, com projeção de crescimento contínuo para os próximos anos.
A tendência acompanha uma mudança cultural: consultorias apontam que o interesse por serviços de conveniência cresceu 42% nos últimos dois anos, e sete em cada dez consumidores valorizam marcas e experiências que economizam tempo.
Um novo perfil de profissional: sensibilidade e antecipação
Entre as vozes que traduzem essa transformação do mercado está a de Dam Prado, 36 anos, uma das profissionais brasileiras direcionada ao atendimento premium.
Concierge desde 2023 em um banco de São Paulo dedicado a clientes de alta renda, Dam soma formação em turismo de luxo pela Radiex, curadoria online para empreendimentos de alto padrão e produção de conteúdo sobre lifestyle e hospitalidade. Sua trajetória, dessa forma, reforça que a profissão deixou há muito tempo a caixinha da hotelaria.
“Eu acredito que o concierge é um lifestyle. Embora tenha nascido nos hotéis de luxo, hoje esse profissional transforma a forma como as pessoas vivem, seja em laboratórios, hospitais, bancos ou qualquer lugar que ofereça serviços personalizados e se preocupe com qualidade e diferenciação no atendimento”, explica.
Dam atua em áreas que vão da gastronomia às reservas, da criação de roteiros personalizados ao suporte médico, da gestão de agendas à curadoria de bem-estar.
Para ela, o toque essencial está na sensibilidade e na antecipação.
“Ser concierge é entender desejos não ditos. É resolver antes que o cliente precise pedir. É entregar tranquilidade. O verdadeiro luxo não está apenas no serviço, mas no olhar e no prazer de servir”, afirma.
As boas experiências se multiplicam entre quem já utilizou o serviço. A representante comercial Michele Bittencourt lembra como o concierge elevou o nível de uma viagem ao oferecer indicações de passeios, reservas e até uma cartinha personalizada.
“Fiquei hospedada em um hotel com concierge e foi excelente ter essa facilidade. Tudo ficou mais fácil e seguro. Aproveitamos muito mais”, diz.
Já o gerente comercial Elton Prado recorda o impacto da experiência em sua lua de mel.
“Foi em Campos do Jordão. O concierge Leandro foi extremamente solícito. Ele deixou tudo perfeito para nossa hospedagem. Foi marcante.”
O avanço do serviço no Espírito Santo
No Espírito Santo, o primeiro grande movimento nesse sentido acontece no Vive Le Vin, em Pedra Azul.
O empreendimento combina segunda moradia de alto padrão com a operação hoteleira da Livá Hotéis & Resorts, do Grupo Átrio, oferecendo limpeza, manutenção, enxoval, equipamentos em dia e um concierge especializado nas Montanhas Capixabas.
Para Caio Valença, gerente-geral de vendas da Invite Inc., é a fórmula ideal para um consumidor mais exigente.
“O proprietário chega e encontra tudo pronto. E o grande diferencial é o concierge, que conhece profundamente a região, faz reservas, monta roteiros, indica restaurantes e até organiza eventos. É unir um imóvel de altíssimo padrão à comodidade de um resort”, destaca.
Ele lembra que essa tendência domina empreendimentos de luxo em São Paulo, como o Daslu Residences, e que o Vive Le Vin é o único projeto capixaba com esse nível de serviço.
A percepção de que o concierge melhora a qualidade de vida também aparece no relato de Rogério Brandão, 44 anos.
“Depois que você vive o concierge, não volta atrás. Antes eu procurava preço, estrutura, localização. Hoje, busco vida facilitada. Um concierge separa uma boa experiência de uma ótima. Reduz estresse e traz a sensação de cuidado que falta na correria diária.”
Dessa forma, da gestão de encomendas e manutenção à organização de pequenos eventos, passando por reservas, lembretes, acompanhamento de fornecedores e curadoria personalizada de bem-estar, o concierge se consolida como resposta a um desejo cada vez mais urgente: viver com mais equilíbrio e fluidez.
E é justamente nesse ponto que profissionais como Dam Prado se destacam, não apenas como solucionadores de demandas, mas como facilitadores de jornadas mais humanas, personalizadas e alinhadas ao tempo de cada pessoa.
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Colaborador
Head do Folha Social. Empresária, comunicadora e especialista em Relações Públicas e eventos. Jornalista formada pela Faesa.
