
A consultora de treinamento comercial e especialista em gestão de pessoas Quezia Magalhães, de 41 anos, moradora de Goiânia, denunciou ter sido humilhada por uma monitora durante a tradicional visita à fábrica da Chocolates Garoto, em Vila Velha.
O episódio, relatado em entrevista ao Folha Vitória, ocorreu durante a primeira viagem de avião que ela fez com os três filhos, um momento que, segundo ela, deveria ser especial e inesquecível.

Quezia viajou ao Espírito Santo acompanhada da mãe, da tia e de um primo, além dos filhos. A visita à fábrica de chocolates havia sido programada com antecedência: ela comprou sete ingressos e contava com a experiência como um dos pontos altos do roteiro.
“Era a primeira vez que meus filhos estavam vendo o mar. Eu queria proporcionar algo único para eles”, contou.
Insinuações e brincadeiras
Logo no início da visita, a monitora teria adotado um linguajar considerado por Quezia como inadequado, com insinuações e brincadeiras fora de contexto.
Durante a explicação sobre a manteiga de cacau, produto não comestível usado na fabricação dos chocolates, Quezia, que já usa o item no dia a dia, raspou um pedacinho e passou nos lábios. Nesse momento, segundo o relato, a monitora a expôs ao ridículo, usando o microfone diante de cerca de 60 visitantes.
“Ela começou a dizer ‘que nojo’, ‘o povo passa isso na b… e você tá comendo?’, ‘que nojenta’. Repetiu isso várias vezes. Eu tremia. Meus filhos estavam do meu lado, envergonhados. Foi humilhante”, relatou Quezia, que tentou segurar o choro para não abalar as crianças.
Em uma das salas seguintes, a monitora teria retomado o assunto, agora em tom debochado: “Ficou chateadinha?”. A situação, segundo Quezia, durou minutos que pareceram intermináveis.
Turista tentou deixar a sala
Quezia contou que tentou deixar a sala para chorar, mas não pôde: as portas permanecem fechadas até o fim do trajeto. Já no encerramento, a monitora teria entregado os materiais “como se nada tivesse acontecido”, ainda dirigindo comentários irônicos à mãe da visitante.
Quando finalmente saiu da área do tour, já em prantos, Quezia buscou ajuda na loja da fábrica. Funcionários, segundo ela, chamaram duas mulheres que aparentavam ser gerentes.
“Elas ficaram indignadas, me acolheram, me deram água, pediram desculpas. Disseram que aquilo era inadmissível e não representava os padrões da empresa.”
Caso viraliza nas redes sociais
De volta ao local onde estava hospedada, ainda abalada, Quezia gravou um vídeo contando o ocorrido. O conteúdo rapidamente se espalhou nas redes sociais e gerou ampla mobilização.
O vídeo já soma 66,6 mil visualizações no TikTok e mais de 6 mil no Instagram, com centenas de mensagens de apoio.
“Eu não quero voucher, não quero voltar lá. Quero meu dinheiro de volta e uma retratação pública. Eu trabalho com treinamento há anos. Aquilo foi totalmente fora do padrão profissional”, afirmou.
Quezia afirmou ao Folha que ainda tenta lidar com a frustração: “Eu queria dar aos meus filhos uma lembrança incrível. Saí dali destruída. Meu dia, meu roteiro, meu sonho… tudo acabou.”
Ela reforça que continuará buscando seus direitos e espera que a empresa adote medidas para que outros visitantes não passem por situações semelhantes.
O que diz a empresa
Procurada pelo Folha Vitória, a Chocolates Garoto afirmou que vai apurar o caso e que está dando suporte à visitante. Veja a nota:
A Garoto valoriza a experiência dos consumidores e lamenta o fato mencionado pela visitante Quezia Lima. A empresa ressalta que está comprometida em apurar a situação e garantir que todos os visitantes se sintam seguros, confortáveis e bem orientados durante a visita ao Museu da Garoto. A empresa esclarece que a equipe de atendimento entrou em contato com a consumidora por meio de seus canais para apurar os fatos, dar o devido suporte e, eventualmente, adotar as medidas cabíveis.”
Chocolates Garoto, por nota