A última parte do Ginásio Jones dos Santos Neves (DED), que resistiu ao desabamento de 17 de maio, começou a ser demolida nesta quinta-feira (19).
CONFIRA O VÍDEO:
Na última segunda-feira (16), o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (CREA-ES) realizou uma fiscalização no local. Segundo o engenheiro Leonardo Leal, a parede que teve a demolição autorizada mede cerca de 15 metros no topo. O Crea-ES determinou a remoção imediata da estrutura.
A Secretaria de Esportes e Lazer (Sesport), em nota enviada ao Folha Vitória, confirmou a retomada das obras e ressaltou que o prazo para conclusão segue o mesmo do previsto desde o início da reforma: janeiro de 2026.
Ginásio desabou em maio
Durante a tarde de 17 de maio, o histórico DED, em Bento Ferreira, desabou causando danos à carros estacionados em ruas laterais ao prédio, mas não deixou feridos.
O ginásio passava por obras de ampliação desde março de 2025, com investimento aproximado de R$ 30 milhões. A previsão era ampliar a capacidade do espaço de 400 para 1.100 lugares, além de melhorias na estrutura física, acessibilidade, iluminação, vestiários e instalações sanitárias.
Na época, o presidente do CREA-ES, Jorge Silva, destacou que problemas nas madeiras do telhado e na própria estrutura do edifício já haviam sido relatados.
São vários os motivos, alguns deles já estão identificados, como em relação ao vento. O vento que vem do mar provocou parte da queda. A maior colaboração para a queda foi das madeiras que estavam brocadas, tinham cupim. São madeiras usadas há 70 anos. Teve também corrosão no ferro. É uma estrutura muito antiga, que estava prestes a colapsar. A sorte é que não havia trabalhadores no local.
Madeiras e aço da estrutura serão preservados
Em entrevista posterior, o secretário de Estado de Esporte, José Carlos Nunes, informou que pedaços de madeira e aço da estrutura, feita há 70 anos, serão expostos em uma ala dentro do ginásio.
“Nós estamos preservando, a gente vai criar no próprio ginásio um espaço de exposição desse material. Com isso, de certa forma, vamos contar um pouco da história do DED para os futuros atletas e para toda a comunidade esportiva”.
Já a fachada histórica do DED não será restaurada como a original, ainda que o projeto previsse a preservação.
“Depois que a gente viabilizou toda a condição de resgatar, de reestruturar e manter isso como uma verdadeira obra de arte. Ocorre que agora não há mais essa possibilidade”, explicou.
Desabamento causou interdição da antiga sede do Diário Oficial
O desabamento do DED também afetou a antiga sede do Diário Oficial do Espírito Santo (DIO-ES), que ficava ao lado do ginásio. A interdição foi determinada pelo CREA-ES após vistoria.
Segundo o major Natanael, da Defesa Civil Estadual, a interdição aconteceu porque escombros do ginásio atingiram o prédio.
“O prédio da Imprensa Oficial, que chegou a ser atingido por escombros que caíram nele, já estava isolado e não estava em funcionamento. Agora, ele está totalmente interditado”, explicou o major.