O Conselho Regional de Enfermagem do Espírito Santo (Coren-ES) afirmou, por meio de nota, que a técnica utilizada para controlar a temperatura no caso do bebê que teve pé esquerdo gravemente queimado, no Hospital Estadual Jayme Santos Neves, na Serra, não faz parte dos protocolos da Enfermagem.
De acordo com familiares, o procedimento foi realizado por uma enfermeira da unidade. Eles relataram que a profissional teria aquecido um algodão em uma lâmina, colocado o material dentro da meia do recém-nascido e, em seguida, colocado no pé do bebê.
O Coren-ES reforçou que a estabilidade térmica de recém-nascidos deve ser garantida por meio de incubadoras, berços aquecidos ou outros equipamentos adequados, conforme práticas padronizadas.
Não existe protocolo de Enfermagem que recomende o uso de algodão úmido para controle da temperatura de recém-nascidos. A estabilidade térmica deve ser garantida por equipamentos adequados, como incubadoras ou berços aquecidos, e outras medidas padronizadas.”
Nota do Coren-ES
O Conselho informou ainda que a situação está sendo investigada e que eventuais responsabilidades serão apuradas e aplicadas de acordo com a legislação vigente.
Relembre o caso
Segundo Sara Peisino Barbosa, mãe do bebê, a criança nasceu de parto normal na terça-feira (19) e, logo após, a equipe de enfermagem informou que o menino estava com a temperatura um pouco abaixo do ideal.
O recém-nascido, José, estava com a temperatura de 36,2º, sendo o indicado 36,7º. Por conta disso foi recomendado que fosse para uma incubadora para que pudesse ser aquecido.
A mãe concordou e pediu à mãe dela, Rosilene, avó da criança, que acompanhasse o trabalho da equipe de enfermagem.
Algodão e faíscas
A mãe disse que uma enfermeira teria passado um algodão na parte de metal da incubadora, para aquecer o algodão e, neste momento, faíscas de fogo teriam aparecido, mas sem que a profissional percebesse. O algodão foi dobrado e colocado na meia da criança.
Uma enfermeira pegou um pedaço de algodão e encostou na lâmina do bercinho dele, e saíram fagulhas de fogo. Quando ela dobrou, minha mãe (a avó do bebê) não viu. A enfermeira colocou dentro da meia dele e, quando minha mãe percebeu, o macacão dele já estava pegando fogo.”
Sara Peisino Barbosa, mãe do bebê
Veja o vídeo da mãe:
Ainda segundo a mulher, ela foi acordada com o choro da criança e correu para o quarto onde o bebê estava.
Lá, se encontrou com médicos e enfermeiros, que tentavam ajudar o bebê. De acordo com ela, o quarto foi tomado por um forte cheiro de queimado.
Acordei com o choro dele e corri para a sala. Nessa hora já havia muita gente lá, médicos, enfermeiros… Estava um cheiro muito forte de queimado, tanto que ontem (quarta-feira) a bolha no pé dele estourou e ainda estava com cheiro de queimado na meia.”
Sara, mãe do bebê