Foto: arquivo pessoal
Foto: arquivo pessoal

A vendedora de queijo Cristine Adison, de 21 anos, afirma que foi impedida de trabalhar comercializando seus produtos na Praia de Piúma, na região Sul do Espírito Santo, por não ser moradora da cidade.

Cristiane publicou um vídeo em uma rede social expondo a surpresa que teve ao descobrir o motivo pelo qual não poderá trabalhar no balneário durante o verão. A publicação já tinha mais de 67 mil visualizações na tarde de segunda-feira (10). Mais tarde, ela acabou retirando a postagem do ar.

A reportagem do Folha Vitória conversou com a vendedora. Ela contou que começou a trabalhar aos 11 anos com a mãe, vendendo churrasquinho na praia. Há três anos, ela abriu o próprio negócio e passou a comercializar queijo empanado.

A empreendedora relata que ela e a mãe sempre conseguiram alvará para trabalharem na praia de Piúma. No entanto, na última semana, receberam a notícia de que seus nomes haviam sido indeferidos no edital que concedeu os alvarás aos ambulantes.

Cristiane e a mãe foram até a prefeitura para entender o motivo de não terem conseguido a autorização. Nesse momento, a vendedora descobriu que não poderia trabalhar no balneário por ser moradora de Marataízes e gravou o vídeo expondo sua indignação.

Sempre trabalhamos normalmente, sem nenhum problema. Fazíamos as inscrições tudo certinho, pagávamos o boleto do alvará, nunca tivemos problema. Este ano, eles falaram que não vão liberar a gente para poder trabalhar. Já entramos com recurso, já tentamos marcar de conversar com o prefeito, só que ele está viajando. A gente só está querendo trabalhar. Não estamos fazendo nada de errado.

Cristine Adison, vendedora ambulante
Praia de Piúma (Foto: Divulgação)

Cristine destacou que ela e a mãe não foram as únicas prejudicadas. “Não é só a gente que perdeu a vaga, não. Tem um outro vendedor que vende camarão e peixe, tem outros vendedores ambulantes que são uma família inteira que vende salada de frutas, são mais de 10 pessoas dependendo desse alvará”, contou.

Prefeitura confirma mudança nas regras

Por meio de nota, a prefeitura respondeu que a vendedora não apresentou os documentos exigidos no edital no ato da inscrição. “Diante disso, após análise, conforme divulgado no resultado final publicado nas redes sociais oficiais da Prefeitura, sua inscrição foi indeferida”, diz o texto.

Questionada sobre a mudança nas regras, a prefeitura confirmou que em anos anteriores publicou editais que previam vagas tanto para moradores do município quanto para não moradores.

“No entanto, o edital vigente não contempla essa possibilidade, devendo cada interessado ler atentamente o edital antes de realizar sua inscrição, a fim de compreender os critérios e requisitos estabelecidos”, diz a nota.

A reportagem do Folha Vitória questionou qual seria o motivo da mudança, mas a prefeitura ainda não respondeu. O espaço segue aberto para futuras manifestações.

Patricia Maciel

Repórter

Jornalista formada em 2011, com experiência nas principais empresas de comunicação do Espírito Santo. Também atuou como assessora de comunicação e social media.

Jornalista formada em 2011, com experiência nas principais empresas de comunicação do Espírito Santo. Também atuou como assessora de comunicação e social media.