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'A Grande Muralha' já era piada antes de Kimmel

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– Já virou piada – a rixa de Jimmy Kimmel, mestre de cerimônias do Oscar, com Matt Damon. É uma piada. Kimmel detestava o programa que estava fazendo e um dia teve o insight. Desculpou-se com uma celebridade, dizendo que o horário estava estourado e a entrevista seria cancelada. O primeiro nome que lhe veio foi o de Matt Damon. “Apologies to Matt Damon, we ran out of time.” Virou marca registrada, o show ganhou audiência. E, um dia, Matt Damon foi ao programa!

No Oscar, Kimmel ficou cutucando Matt Damon. Achou legal que o parceiro de Ben Affleck – ganharam o Oscar de roteiro por Gênio Indomável – não tenha sido egoísta, deixando que Casey Affleck estrelasse Manchester à Beira-Mar. Mas ironizou – se foi para fazer A Grande Muralha, foi uma escolha desastrosa. O filme não pagou seu salário – de Damon. O longa encontra-se em cartaz nos cinemas da cidade. É tão ruim que, eventualmente, pode-se tornar divertido.

Zhang Yimou foi o diretor chinês que impôs no Ocidente a chamada ‘quinta geração’ do cinema de seu país. Ganhou inúmeros prêmios em festivais. Por O Sorgo Vermelho, Amor e Sedução, Lanternas Vermelhas etc, todos interpretados por Gong Li. Cineasta de prestígio, Yimou começou a administrar orçamentos cada vez maiores. Fez filmes de ação – bons, como O Clã das Adagas Voadoras. Dirigiu o show de abertura da Olimpíada de Pequim. E terminou à frente da produção internacional de A Gran de Muralha.

Como indica o título, o filme é uma ficção sobre a Grande Muralha da China, considerada uma das maravilhas da humanidade. De cara, o público é informado de que são muitas as lendas que a cercam. E começa o relato de uma delas. Dois estrangeiros, um deles Matt Damon, fogem pelos cânions perseguidos por um grupo. Buscam, na China, o segredo da pólvora. Feitos prisioneiros, são levados para uma fortaleza, na muralha. O local está sob o ataque de vermes gigantescos que representam a maldade dos humanos. A trama desdobra-se em relatos de traição, amizade e fidelidade – velhos como o cinema. Tem até um romance que não evolui. Zhang Yimou tem olho para a beleza. Cria imagens belíssimas, mas elas são decorativas, suntuosamente filmadas (e coloridas). No conjunto, o filme é raso. Tem a figura da mulher, que tanto seduz o diretor. Um blockbuster desses não precisaria de um autor como Yimou.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.