Quem passa pela Ponte Florentino Avidos, em Colatina, região Noroeste do Espírito Santo, já deve ter se acostumado com a vista do Rio Doce. A bacia, um verdadeiro cartão-postal do Espírito Santo, já foi tingida de várias cores, dentre elas, com a lama que a atingiu em 2015, após a tragédia da barragem de Fundão, em Mariana (MG).
Apesar disso, o local continua sendo fonte de inspiração para amantes da natureza e também das artes, como é o caso do fotógrafo Rodrigo Coutinho Martins, que retratou as cores do Rio Doce em uma verdadeira “arte abstrata” natural num cenário de seca.
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Veja imagens:
O fotógrafo passeava por Colatina quando, do alto da ponte, decidiu imortalizar o rio de uma maneira inédita, com um drone que sobrevoou a paisagem e registrou imagens de tirar o fôlego.
Estava em um passeio fotográfico. Passei por Colatina, Pancas e Marilândia. Colatina foi a primeira parada. Quando cheguei, vi que o rio estava baixo, estava com reflexos das nuvens. Fotografei com a câmera e depois decidi usar o drone para ver em outro ângulo.”
Rodrigo Coutinho Martins, fotógrafo
O fotógrafo relata que o que chamou sua atenção foi o fato de o nível do rio estar baixo, o que geralmente colabora para que formas distintas apareçam na paisagem.
A beleza da captura foi tão grande que houve pessoas que chegaram a pensar que as fotos fossem produzidas por Inteligência Artificial, trazendo o verde da água e os tons terrosos da areia, que mostram que o rio enfrenta um período de seca.
Agridoce, assim como a vida
Os vídeos e fotos foram publicados nas redes sociais do fotógrafo e já somam mais de 9 mil visualizações.
Apesar de toda a beleza, a seca do Rio Doce também chamou a atenção de quem viu os registros, e se lamentou pelo período difícil.
“Muito obrigado por essa poesia em forma de foto. Apesar da tristeza da seca, as fases do Rio Doce sempre me encantaram da sacada de casa. E hoje, de longe, reaproximo através das fotos e vídeos. Muito obrigado por compartilhar esse registro”, comentou um internauta.
“Triste ver nosso rio assim”, disse outro. Apesar disso, os elogios ao trabalho também estiveram presentes. “Isto é uma verdadeira obra de arte”, comentou outro.
O próprio fotógrafo reconhece as reações dicotômicas aos registros, que exploram as duas realidades do rio.
“A repercussão foi bem maior do que eu esperava. E ficou bem dividido, com pessoas achando que é arte e outras ressaltando tão somente o assoreamento do rio”, contou.
Foi este mesmo contraste que chamou atenção do fotógrafo, a beleza e a dureza da natureza, tudo o que engloba a vida no local.
“Na hora, fiquei surpreso pelos dois motivos, já dava para ver as cores e ao mesmo tempo os carros passando. Pensei em uma pintura abstrata com vidas concretas, mas englobando tudo o que se tinha de concreto na vida dos que passavam, na do rio e nos arredores”, disse.
Repórter
Formado em Jornalismo, é repórter do Folha Vitória desde 2023. Amante de música e cinema.
