Imagem gerada com IA
Imagem gerada com IA

Movimento fomenta a saída das telas e entrada em conexão real por meio da arte

O Clube “Conexão Real”começou como uma ideia original e já conta com exemplos de grupos informais que compartilham a mesma proposta: clubes como o The Offline Club, na Europa, e o The Luddite Club, em Nova York. A proposta é simples, mas poderosa: reunir pessoas que desejam reduzir ou até mesmo abandonar o uso de redes sociais. É para aqueles que estão saturados dessa psicose coletiva em que o “real” se resume a pixels em um telefone, enquanto emoções, experiências e conexões genuínas passam despercebidas ou são descartadas.

O projeto organiza encontros e eventos pensados para que os participantes se desloquem do mundo virtual e se reconectem com a realidade ao redor. As atividades priorizam lazer e entretenimento: música, pintura, leitura, cerâmica, debates — ou melhor, diálogos — e experiências que incentivam a respiração profunda e o contato humano. Até caixas de segurança foram pensadas para que os celulares possam ser guardados durante os encontros, garantindo liberdade total de escolha: você pode deixar o aparelho ou mantê-lo por perto, sem pressão.

O objetivo central é simples, mas essencial: reunir pessoas que compartilham um propósito comum — lembrar como é, de fato, viver.

O Clube surge como resposta à influência das redes sociais e dispositivos eletrônicos em nossas vidas. Eles prometem proximidade, mas, na prática, isolam. Cada curtida, cada compartilhamento constrói uma realidade filtrada e ilusória, que nos distancia do que é material e verdadeiro. Queremos resgatar a comunicação presencial, onde sentimentos, tons e gestos são percebidos em sua totalidade. Mais do que deixar o celular de lado, propomos repensar o que significa se conectar de fato.

As redes sociais intensificam o individualismo e o consumismo. Fotos de roupas, restaurantes ou viagens reforçam a ideia de que valor social depende de aparência e consumo. Esse estímulo constante alimenta uma indústria que destrói o meio ambiente e molda desejos artificiais, enquanto laços comunitários reais se enfraquecem. Cada indivíduo passa a medir seu valor por padrões impostos, em detrimento do bem coletivo. O resultado é uma sociedade mais competitiva, menos empática e cada vez mais distante de experiências significativas.

A obsessão pela beleza nas redes sociais promove padrões racistas e misóginos, e transforma a sexualidade em mercadoria. A exposição constante a corpos e rostos idealizados gera frustração, ansiedade e baixa autoestima. A sociedade contemporânea confunde perfeição estética com valor humano, desconsiderando a coletividade e a diversidade. A consequência é uma alienação emocional que nos impede de perceber a complexidade da vida real e de cultivar relações autênticas.

As redes substituem experiências presenciais por fragmentos digitais, criando uma percepção distorcida da realidade. Fotos e vídeos não transmitem cheiro, toque ou emoção plena; não reproduzem a química das relações humanas. Ao confundir esses recortes digitais com a vida real, desenvolvemos dissonância cognitiva: o cérebro se adapta a ilusões e se torna menos capaz de lidar com o mundo fora das telas. A tecnologia deixa de ser ferramenta e passa a ditar nossa forma de perceber e viver.

O idealismo circula rapidamente nas redes: mensagens motivacionais, posts inspiradores e influencers criam uma falsa sensação de ação e poder. Enquanto consumimos pensamentos abstratos, negligenciamos ações concretas na realidade material. As plataformas funcionam como mecanismo de hegemonia ideológica, reforçando valores capitalistas, individualistas e consumistas. A competição silenciosa e o controle social passam despercebidos, mas moldam comportamentos, desejos e pensamentos de milhões de pessoas diariamente.

“Conexão Real” não propõe abandonar a tecnologia, mas ressignificar seu uso. É um convite à presencialidade, à construção de laços comunitários e à vivência da realidade material. Mais do que se desconectar, trata-se de escolher experiências tangíveis, coletivas e emocionalmente significativas. O movimento responde à alienação digital e abre caminho para recuperar autonomia, empatia e verdadeira conexão humana, lembrando que viver plenamente acontece no espaço entre as pessoas, não nas telas.

Para saber mais do “Conexão Real” acesse via instagram @clubeconexaoreal ou acesse o grupo de Whatsapp bit.ly/4oU6csd

Miq Gonçalves

Colunista

MiQ Gonçalves, Pai, Baiano, Gestor Cultural, Empreendedor Social pela Falcons University, Artista Musical e Visual e Entusiasta ESG. Diretor Executivo Instituto Aprender Cultura - IAC, Diretor Criativo Grupo Act Brasil, Líder acelerado na Rede Gerando Falcões, Líder na Comunidade Be Leader (ES em Ação), Top 5 Pretos Empreendedores Cufa ES20.

MiQ Gonçalves, Pai, Baiano, Gestor Cultural, Empreendedor Social pela Falcons University, Artista Musical e Visual e Entusiasta ESG. Diretor Executivo Instituto Aprender Cultura - IAC, Diretor Criativo Grupo Act Brasil, Líder acelerado na Rede Gerando Falcões, Líder na Comunidade Be Leader (ES em Ação), Top 5 Pretos Empreendedores Cufa ES20.