“Eu sou uma Arara”, com direção artística de Rivane Neuenschwander e codireção da cineasta Mariana Lacerda, e “O nome do medo”, vídeo dirigido por João Paulo Racy em colaboração com Rivane, serão exibidos nesta terça, dia 24/096, às 19h, no Cine Metrópolis, na Ufes.
Leia também: Livros para colorir: a desarticulação da literatura e da arte visual e as redes sociais
Em, “Eu sou uma Arara”, essa figura, ao mesmo tempo pássaro e máscara, desloca a lógica do humano para dar lugar à animalidade como força insurgente. No lugar de cartazes e gritos, os corpos silenciosos, cobertos por penas e cores, caminham pelas cidades como espectros de uma natureza em revolta.
O filme atravessa esse gesto com delicadeza e potência, sublinhando o tensionamento entre performance, ficção e documentário. É também uma resposta à brutalidade: diante do colapso institucional, o que resta é a poesia como forma de confronto.
Imagens e silêncios como dispositivos
O vídeo “O Nome do Medo” se apresenta como uma obra que investiga a dimensão emocional do receio, adotando um gesto que transcende o documentário em direção à poética visual.
Em um ambiente que remete ao espaço da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, a diretora — Rivane Neuenschwander — trabalha com composição de imagens e silêncio como dispositivo sensorial.
O vídeo se serve da ambiência e da ausência de narrativas lineares para transformar o medo em forma, tornando-o presente como presença espectral no olhar do espectador.
A força da obra reside nessa suspensão em que o medo não é retratado por suas causas, mas sentido pelas texturas, pelos movimentos contidos, pelos espaços vagos — como se nos convidasse a nomear aquilo que, por definição, escapa ao nome.
Ambos os filmes serão exibidos nesta terça, às 19h no Cine Metrópolis, na Ufes. Entrada franca.