
Um conjunto de obras históricas do artista e professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Raphael Samú, foi restaurado em Vitória. Entre as 20 obras, uma delas estava “escondida” e ganhou uma nova vitrine.
Conhecido como um dos maiores mosaicistas do Brasil, Samú faleceu em 2022, mas deixou um legado que volta a ser exposto e valorizado na capital capixaba. O artista foi professor da Ufes por 28 anos e se destacou por seus trabalhos feitos com milhares de pequenas pastilhas de vidro.
Uma das suas obras mais conhecidas é o mural que fica na entrada da Ufes. A obra de quase 35 metros de comprimento por quatro metros de altura começou a ser elaborada em 1975, meses após a conclusão das primeiras instalações físicas no campus de Goiabeiras. O mosaico ficou pronto em 1977.

Foi um projeto de extensão aqui na Universidade. Não foi uma obra somente do artista. O reitor sugeriu a construção do mosaico e, então, o Samú transformou isso em uma disciplina no Centro de Artes, onde cada aluno que passava poderia colocar uma pastilha de vidro ali”
Marcela Belo, artista plástica e pesquisadora do Leena/Ufes
Veja o que diz Marcela Belo
Marcela fez um levantamento das 20 obras espalhadas por Vitória, onde apontou as condições de cada mosaico. Entre elas, destaca-se um de quatro metros de altura, encomendado pelo empresário Américo Buaiz em 1963.
A cena traduzia o Moinho de Vitória, um dos pilares do grupo empresarial. A neta de Américo e atual vice-presidente da Buaiz Alimentos, Eduarda Buaiz, conta a história da obra.
Esse mosaico traz muitas lembranças porque foi encomendado pelo meu avô diretamente ao Samú. Na verdade, a entrada do moinho ficava na lateral”
Eduarda Buaiz, vice-presidente da Buaiz Alimentos
Veja o que diz Eduarda Buaiz
O trabalho de restauração, capitaneado pelo mosaicista Celso Adolfo, começou no início deste ano e levou cerca de 11 meses para a conclusão. Quatro profissionais participaram do processo de restauro das obras. Cada peça foi retirada do local original e levada para o ateliê que fez a renovação.
Foram 11 meses incansáveis. Cada etapa exigia muito da gente, principalmente prestar atenção no desenho do artista. É muito importante estar fiel ao desenho nesses processos de restauro”
Celso Adolfo, artista plástico e mosaicista
Veja o que diz Celso Adolfo
O painel encomendado por Américo Buaiz foi posicionado na recepção do grupo após a restauração. Eduarda Buaiz ressalta que colocá-lo na entrada mostra a valorização do grupo aos artistas capixabas.






