
Um centro cultural em qualquer lugar do mundo é importante para a cultura humana. Um grande centro cultural, mais ainda. Por isso, se espera muito do Cais das Artes. Em construção, na Enseada do Suá, há mais de quinze anos, ele já consumiu mais 315 milhões de reais e finalmente, parece que vai abrir as portas.
Sua finalização está prometida para o final deste ano ou ano que vem. Mas promessa como essa nos diz pouco. Porque sabemos como elas são postergados ou descumpridas. Contudo vamos trabalhar com isso: será aberto ano que vem.
O verão está chegando e seria uma ótima estação para começarmos o ano com uma boa programação cultural e continuarmos ano adentro. Mas como o Cais das Artes será aberto? Que programação cultural ele terá?
Como está sendo pensado o seu funcionamento, ao ser aberto e como será ao longo dos anos? Digo isso porque o poder público, às vezes esquece que a gestão e uma boa programação cultural é tão importante quanto um grande prédio.
Volta e meia aparece nas redes sociais e nas mídias divulgações dizendo que o Cais está para acabar e que vai ser uma âncora da cultura.
Os comentadores criticam, discutem a arquitetura, o local da construção, o montante gasto até o momento, mas não vejo ninguém perguntar: como será e o que acontecerá depois da sua inauguração?
Qual será a programação dos seus espaços para os anos seguintes? – penso no mínimo, para os próximos três anos… Qual será sua política cultural? Como será sua gestão, qual será seu orçamento?
Os gestores e o poder público sabem disso, sabem que não se responde essas questões em um mês, dois ou um semestre. Certamente eles têm um projeto. Espero que possamos saber qual é esse projeto e acompanhar. Mas sobretudo espero que seja um projeto sólido.