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Atriz Andréia Horta leva emoção real às filmagens de 'Elis'

Atriz Andréia Horta leva emoção real às filmagens de ‘Elis’ Atriz Andréia Horta leva emoção real às filmagens de ‘Elis’ Atriz Andréia Horta leva emoção real às filmagens de ‘Elis’ Atriz Andréia Horta leva emoção real às filmagens de ‘Elis’

São Paulo – A Elis bateu em Andréia Horta em algum momento de sua adolescência. Aquela voz que soava das vitrolas de casa a faria logo ler a biografia Furacão Elis, lançada em 1985 pela jornalista Regina Echeverría, e a cortar o cabelo curtinho, como se já pressentisse um futuro antes mesmo que ele desse os primeiros sinais.

Andréia nasceu em 1983, um ano depois da morte de Elis Regina, o que não impediu que sua ligação com a cantora atingisse um nível quase familiar. Ela colecionou todos os discos, buscou imagens que a marcaram, como as do DVD que mostram Elis no programa Ensaio, da TV Cultura, e passou logo a deixar que a linha da fã cruzasse com a de atriz quando sua vida seguiu por este caminho. ‘Eu sempre dizia ‘um dia… um dia…'”, lembra Andréia no intervalo das filmagens do filme Elis, em que fará o papel da cantora.

O convite chegou depois de seu contato casual com Patrícia Andrade, uma das primeiras roteiristas que dividia o texto com Nelson Motta, que participou do texto apenas em um primeiro momento. Sua cabeça foi às estrelas em dois segundos e, quando voltou, parecia ter vinte quilos a mais. ‘Claro que pensei na responsabilidade que seria viver este papel. Fiquei apavorada com o que seria essa cobrança até chegar à conclusão que o mais importante era eu ser o que sou, uma atriz para que as pessoas pudessem ver Elis através de mim. E eu fui me livrando daquele pavor.”

A atriz conta com a preparação vocal de Felipe Habib, o mesmo profissional que trabalhou a voz da atriz Laila Garin para o musical de Elis. ‘Elis era muito sensível e muito potente, dramática e delicada, das maiores do Brasil. A missão é colocar no corpo da Andréia a voz da Elis. Chegar ao ponto de intersecção entre a interpretação da Andréia com a interpretação de Elis no palco.”

A reportagem acompanhou um dia de filmagens em São Paulo. Na cena, Elis canta O Bêbado e a Equilibrista em um estúdio, enquanto seu marido de então, César Camargo Mariano, acompanha tudo da técnica, pilotando uma mesa de som.

Na última vez em que cantou com o vestido vermelho, com gestos que a aproximavam impressionantemente de Elis, Andréia desabou assim que a filmagem chegou ao fim. Virou de costas para as câmeras e chorou. ‘Isso aconteceu algumas vezes durante as filmagens”, disse o diretor Hugo Prata.

Andréia diz que sente não apenas a responsabilidade de trazer a cantora. ‘Elis defendia valores fundamentais, estava sempre amparada de uma clareza impressionante.” Felipe Habib interfere ao falar de O Bêbado e a Equilibrista: ‘Só a letra desta música já era o texto de uma cena sensacional.”

A atriz recorda um pensamento que a cantora Björk disse em uma de suas entrevistas. Para a islandesa, Elis dava medo. Seus mergulhos na canção eram tão intensos que ela não sabia se Elis retornaria inteira, ou se ao menos retornaria. ‘Eu não teria coragem de fazer o mesmo”, disse Björk. ‘Pois eu acho que ela deveria ter. Eu adoraria ver Björk mergulhando. É algo ao mesmo tempo demoníaco e divino.”

O elenco conta ainda com outros destaques com os quais o diretor Hugo Prata tem se entusiasmado, além de Andréia Horta. Caco Ciocler está de fato muito parecido com César Camargo Mariano, o segundo marido de Elis. Para dar veracidade nas gravações, aprendeu a tocar quatro músicas ao piano sem nunca ter colocado a mão nas teclas. ‘É um personagem mais de ouvir do que de falar. Assumi que o piano seria meu desafio neste filme”, disse o ator à reportagem.

Gustavo Machado no papel de Ronaldo Bôscoli é lembrado por Prata como outra sensação em potencial, além de Lúcio Mauro Filho como Miele e ZéCarlos Machado como Seu Romeu, o pai de Elis.

ELENCO

Elis Regina – Andréia Horta

Ronaldo Bôscoli – Gustavo Machado

Miele – Lúcio Mauro Filho

Seu Romeu – Zé Carlos Machado

César Camargo Mariano – Caco Ciocler

Lennie Dale – Júlio Andrade

Nelson Motta – Rodrigo Pandolfo

Marcos Lázaro – César Trancoso

Henfil – Bruce Gomlevsky

Jair Rodrigues – Ícaro Silva

Nara Leão – Isabel Wilker

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.