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'Bravo Guerreiro', os 50 anos de um resgate necessário

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Num ano em que a Mostra comemora várias datas – 20 anos de Central do Brasil, 30 de Feliz Ano Velho, 50 de O Bandido da Luz Vermelha, etc. -, merece destaque especial o cinquentenário de O Bravo Guerreiro. A Mostra está dando ao cinéfilo a oportunidade de (re)descobrir e valorizar um dos grandes filmes do cinema brasileiro.

Quando se fala em política, nos anos de resistência que se seguiram ao golpe militar, o título quase sempre citado é O Desafio, de Paulo César Saraceni, com Oduvaldo Viana Filho e Isabela. Ele é jornalista, desiludido com o estado de coisas do País. Ela é casada com um rico industrial. Tornam-se amantes. O tema de Saraceni é a impotência da esquerda, após o golpe. Ele não tem nada a oferecer à mulher além de uma casa em ruínas.

Em O Bravo Guerreiro, Paulo César Pereio faz um jovem político de esquerda que resolve se infiltrar no governo, achando que só de dentro do poder conseguirá fazer alguma coisa pelo Brasil. O filme aborda sua ligação com o sindicato. Acuado, ele terá um gesto radical. Influenciado pela austeridade do cinema do alemão Jean-Marie Straub, Dahl, que morreu em 2011, fez um filme minimalista. Imagens em preto e branco de Afonso Beato, música de Remo Usai, o estilo ‘brechtiano’ de interpretar de Pereio. O mais impressionante, nesse resgate de 50 anos, é a atualidade da discussão política.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.