Entretenimento e Cultura

Cia. de Antonio Gades volta ao País com 'Carmen'

Cia. de Antonio Gades volta ao País com ‘Carmen’ Cia. de Antonio Gades volta ao País com ‘Carmen’ Cia. de Antonio Gades volta ao País com ‘Carmen’ Cia. de Antonio Gades volta ao País com ‘Carmen’

Pela terceira vez no Brasil, a Companhia Antonio Gades apresenta nesta quarta, 3, e quinta, 4, em São Paulo o espetáculo Carmen, um dos cinco grandes balés criados pelo “bailaor” e coreógrafo, que foi diretor do Balé Nacional da Espanha entre 1978 e 1980.

O consagrado espetáculo Carmen, inspirado na obra de Prosper Merimée, foi o terceiro balé narrativo criado por Antonio Gades, após Don Juan e Bodas de Sangue. Também foi a primeira obra a ter a estreita colaboração do cineasta Carlos Saura, que depois a levou ao cinema – em meio à trilogia Carmen, Bodas de Sangue e Amor Bruxo -, conquistando a indicação para o Oscar em 1984.

Sua estreia, em maio de 1983 no Théâtre de Paris, foi um êxito imediato de crítica e de público, que consagraram definitivamente Gades entre os mais importantes “bailaores” e coreógrafos do panorama mundial.

Nascido em 1936 na província basca de Alicante, Gades foi uma das figuras mais influentes do flamenco e teve um papel decisivo para o reconhecimento do gênero pelo mundo da arte contemporânea.

O espetáculo, que Gades começou a coreografar nos anos 60, mostra como a força explosiva e a intensidade do flamenco dão vida à paixão sensual, o amor e a rivalidade de Carmen. Na obra, Gades contrapôs pela primeira vez em cena a música de Bizet com o flamenco. Segundo o coreógrafo, ele quis que as pessoas vissem que uma guitarra e um “cantaor” flamencos podem ter tanta força ou mais, em determinados momentos, que uma orquestra com 100 músicos.

No palco, luzes e equilíbrio cênico inspirados em obras clássicas de artistas como Velásquez, Goya e Rembrandt, que Gades tanto admirava. A magistral transição entre as cenas traz a assinatura cinematográfica de Saura. Os 29 membros da companhia, fundada pelo coreógrafo e dirigida atualmente por Stella Arauzo, que foi aluna de Gades desde os 17 anos e há 20 interpreta Carmen, continuam seu tour internacional pela Itália e França.

Esta é a segunda apresentação da companhia pelo Brasil após a morte de Gades, em 2004. Em 2008 o grupo fez um tour de 15 dias por 7 cidades brasileiras com as obras Carmen, Suite Flamenca e Bodas de Sangue. Com Gades como diretor, a companhia visitou o Brasil em 1988 e 1995.

Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Eugenia Eiriz, viúva do coreógrafo e diretora da Fundação Antonio Gades, disse que seu marido ampliou a capacidade expressiva do flamenco até convertê-lo em uma linguagem capaz de contar histórias que podem ser entendidas no mundo inteiro. “Sua forma de entender o trabalho de ‘bailaor’ e coreógrafo dizendo ‘não sei o que é ser artista, o que sou é um trabalhador da cultura’ evidencia seu longo caminho de vida, social e política. Cria uma filosofia de trabalho que pode ser usada em qualquer outra disciplina”, disse Eugenia.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.