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Com 'The Epic', Kamasi Washington jogou luz na nova geração da Costa Oeste

Com ‘The Epic’, Kamasi Washington jogou luz na nova geração da Costa Oeste Com ‘The Epic’, Kamasi Washington jogou luz na nova geração da Costa Oeste Com ‘The Epic’, Kamasi Washington jogou luz na nova geração da Costa Oeste Com ‘The Epic’, Kamasi Washington jogou luz na nova geração da Costa Oeste

– Kamasi Washington não tinha tempo livre – entre turnês, tentava criar as composições que iriam para seu primeiro disco solo. The Epic, como ele foi chamado, começou a ser gravado em 2011 e só finalizado em dezembro de 2014. Chegou às lojas no ano seguinte.

Com quase três horas de duração, o trabalho era o sonho do saxofonista de produzir a própria música e deixar o posto de músico acompanhante para trás. “Eu queria que esse disco fosse o reflexo de quem eu sou. Ontem, hoje e amanhã”, explica o músico. O álbum, mesmo com sua extensa duração, foi elevado a grande lançamento de jazz do ano.

E colocou os holofotes no grupo de jovens jazzistas que têm incendiado a Costa Oeste dos Estados Unidos. Sob o nome de West Coast Get Down, o coletivo de 20 músicos se apresenta desde o início da década em casas especializadas em jazz pelas cidades da Califórnia. São, grande parte deles, amigos de infância que estudaram e cresceram como músicos juntos. Foi a eles que Kamasi recorreu quando deu início aos trabalhos de The Epic, seis anos atrás. “Alguns deles eu conheço desde que tinha 3 anos. E sempre sonhamos em fazer a nossa música. Usá-la para unir as pessoas e espalhar a nossa cultura”, conta. Para isso, ensaiavam e praticavam seus instrumentos por até oito horas diariamente.

Antes de começar a gravar The Epic, Kamasi via que o sonho dele e dos amigos estava distante – conheça alguns discos dos integrantes da West Coast Get Down no quadro ao lado. “Estávamos gravando e tocando com outros músicos, mas não fazíamos nada para nós mesmos.” Para o disco, Kamasi convocou todos, mas a dificuldade para reunir os músicos também foi responsável pelo longo período de gestação do disco de estreia do saxofonista.

E The Epic é uma jornada pela vida de Kamasi Washington dividido em três partes, The Plan, The Glorious Tale e The Historic Repetition (em tradução livre, seriam “O Plano”, “A História Gloriosa” e “A Repetição Histórica”). E o restante dos amigos músicos da Califórnia é parte importante dessa narrativa. Em The Plan, as canções são cheias de esperança. Vibram, justifica o saxofonista, porque representam a juventude dele e dos artistas amigos. “É o momento que sonhávamos com o nosso futuro.”

A segunda parte dá conta dos anos depois dos estudos, quando Kamasi e companhia foram jogados para o mundo e rodaram em turnês e shows pelo globo com outros artistas. Aqui, as faixas têm uma intensidade latejante, como se fosse possível ver o suor escorrer da testa nas noites de shows seguidos. Por fim, o terceiro ato de The Epic chega ao presente com a liberdade de apresentar esse novo jazz, progressivo e fusion, para o mundo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.