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'Constelação de Gênios' mostra como 1922 foi crucial na cultura

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São Paulo – Ao final de cada ano, é tradicional rememorar os principais fatos ocorridos naquele período. Na área cultural, buscam-se principalmente aqueles eventos que, como uma onda, vão reverberar ao longo das décadas seguintes. É nesse grau de importância que se enquadra o ano de 1922, a tal ponto que o poeta americano Ezra Pound o instituiu como o Ano Um de uma nova era.

Para ele, bastaram apenas dois eventos para tornar aquele conjunto de 365 dias no “annus mirabilis” (ano miraculoso) do modernismo literário: a publicação de Ulisses, de James Joyce (1882-1941), e A Terra Devastada (The Waste Land), de T. S. Elliot (1888-1965), respectivamente o romance e o poema de língua inglesa mais influentes do século 20.

“A proposta de Pound de que, de certa forma, o mundo mudou radicalmente a partir do início de 1922 não era uma insensatez completa”, comenta o filósofo inglês Kevin Jackson. “Foi o que pareceu quando estudiosos das décadas seguintes começaram a revisitar aqueles dias inebriantes e únicos, e a avaliar sua significância duradoura.”

E continua: “De repente, um irlandês magricela e surrado e um americano garboso e silenciosamente sinistro entram, os dois determinados a explodirem tudo o que a ficção realista e a poesia georgiana mais estimavam”.

Fascinado pela profunda ruptura provocada por tais obras, Jackson passou a investigar o ano de 1922 com uma lupa. Levantou fatos sobre diversas áreas do conhecimento, como política, economia, literatura, cinema, teatro, música, artes visuais. Classificou os dados em ordem cronológica e o resultado é Constelação de Gênios – Uma Biografia do Ano de 1922, cuja versão impressa a Objetiva lança nesta segunda-feira, 5 – a digital já está disponível.

Trata-se de uma espécie de almanaque, dividido em 12 partes (cada mês do ano) que, por sua vez, são formadas por verbetes com os principais fatos históricos, compondo uma espécie de diário. A leitura, portanto, assemelha-se ao hábito de navegar na internet, quando os assuntos são rapidamente trocados. Assim, salta-se com tranquilidade das notícias sobre a morte de Proust e do fim do dadaísmo para a estreia como diretor de Alfred Hitchcock (com Número 13) ou para o início das atividades da rádio britânica BBC.

“1922 foi um ano de primeiras vezes, nascimentos e fundações memoráveis. Um velho mundo estava indo embora.”