Entretenimento e Cultura

Criador da Lei Rouanet, Sergio Paulo Rouanet morre aos 88 anos

Rouanet, 88 anos, vivia no Rio de Janeiro e não resistiu aos problemas causados pela síndrome de Parkinson

Criador da Lei Rouanet, Sergio Paulo Rouanet morre aos 88 anos Criador da Lei Rouanet, Sergio Paulo Rouanet morre aos 88 anos Criador da Lei Rouanet, Sergio Paulo Rouanet morre aos 88 anos Criador da Lei Rouanet, Sergio Paulo Rouanet morre aos 88 anos
Foto: Cecilia Bastos/Jornal da USP

Morreu neste domingo (3)  Sergio Paulo Rouanet, o diplomata brasileiro que criou em 1991 a chamada Lei Rouanet, dispositivo que beneficia a cultura no Brasil. Rouanet, 88 anos, vivia no Rio de Janeiro e não resistiu aos problemas causados pela síndrome de Parkinson. Ele havia sido ministro da Cultura e deixou a mulher, a filósofa alemã Barbara Freitag, e três filhos, Marcelo, Luiz Paulo e Adriana.

A informação da morte foi confirmada pelo Instituto Rouanet, que se manifestou em nota falando sobre a causa da morte: “é com muito pesar e muita tristeza que informamos o falecimento do embaixador e intelectual Sergio Paulo Rouanet, hoje pela manhã do dia 3 de julho. Rouanet batalhava contra o Parkinson, mas se dedicou até o final da vida à defesa da cultura, da liberdade de expressão, da razão, e dos direitos humanos. O Instituto carregará e ampliará seu grande legado para futuras gerações.”

A experiência da Lei Rouanet é considerada, em vários países do mundo, uma revolução no sistema de financiamento à Cultura. O mecanismo traça um caminho entre personagens públicos e privados da sociedade para alimentarem, no final da linha, artistas e uma cadeia de trabalhadores que os processos culturais projetam. Por ela, o Estado não coloca dinheiro diretamente em nenhuma iniciativa. Ele apenas media o artista que pleiteia um patrocínio com a empresa patrocinadora, garantindo a quem investir descontos no pagamento do Imposto de Renda.

A lei criada em 1991, na gestão de Fernando Collor de Mello, começou a ser desidratada na gestão de Jair Bolsonaro, que considerava o projeto nocivo ao Estado. Em abril de 2019, ela passou por alterações e a possibilidade de investimentos à Cultura feitos pelas empresas caiu de R$ 60 milhões para R$ 1 milhão por projeto. O nome de Rouanet foi retirado e o dispositivo foi rebatizado como Lei de Incentivo à Cultura.